Skims de Kim Kardashian dobra valor para US$ 3,2 bilhões

Vendas da marca da influencer subiram 90% no ano passado e empresa espera atingir US$ 400 milhões em 2021

Vestir os atletas nas Olimpiadas de Pequim e colaboração limitada com a Fendi
27 de Janeiro, 2022 | 11:33 AM

Bloomberg — A marca de roupas íntimas de Kim Kardashian, Skims, dobrou o valor de mercado para US$ 3,2 bilhões em relação a nove meses atrás, com investidores colocando dinheiro em marcas emergentes, que devem conquistar participação no público.

A rodada de financiamento de US$ 240 milhões foi liderada pelo hedge fund Lone Pine Capital e acompanhada pela empresa de investimentos D1 Capital Partners, disse o CEO da Skims, Jens Grede, em entrevista. Os investidores atuais, Imaginary Ventures, Alliance Consumer Growth e Thrive Capital, também participaram. A Skims foi avaliada em US$ 1,6 bilhão em abril.

“Esta última rodada nos permitirá focar em trazer mais inovações e soluções para nossas clientes e nos tornar um recurso ainda mais confiável para elas”, disse Kardashian em um e-mail.

Kardashian e seu parceiro de negócios, Grede, mantiveram uma participação majoritária na empresa após a negociação. Kardashian, que promove a marca para seus milhares de seguidores online e ajuda com design e marketing, continuou sendo sua maior acionista individual. A dupla não pretende vender o negócio no momento, nem tem planos iminentes de fazer uma oferta pública inicial, embora isso possa ser considerado em algum momento, segundo Grede.

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Desde sua estreia em 2019, a Skims ampliou sua oferta original de body e calcinhas boy shorts para loungewear - roupas de ficar em casa - como pijamas e calças de moletom. Agora vende uma ampla gama de peças básicas, que incluem pulôveres, roupões de dormir e blusas de gola alta. A linha de shapewear - ou modeladores - agora representa menos de 20% das vendas, e as roupas íntimas são responsáveis pela maioria de seus negócios.

A Skims ganhou força à medida que a tendência de roupas confortáveis persistiu em meio à pandemia de Covid-19, com os compradores ainda preferindo blusas casuais e calças macias, mesmo depois da suspensão dos lockdowns e o retorno dos trabalhadores aos escritórios. No braço de roupas íntimas femininas, a empresa se junta a uma série de startups que tentam conquistar uma nova geração de compradores, enquanto marcas mais antigas, como a Victoria’s Secret, têm enfrentado dificuldades.

A marca de Kardashian aumentou as vendas em 90% para cerca de US$ 275 milhões no ano passado e espera atingir US$ 400 milhões em 2021. O acordo eleva o financiamento total para a empresa com sede em Culver City, Califórnia, para US$ 402 milhões. A administração usará o novo capital para reforçar o balanço patrimonial e injetar dinheiro em planos de expansão.

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“Vemos uma oportunidade com a Skims para criar nossa própria categoria no varejo, assim como acreditamos que a Lululemon e a Starbucks criaram suas próprias categorias em suas respectivas áreas”, disse Grede. “É por isso que estamos fazendo isso, para garantir que estamos mais bem preparados para o futuro.”

Indo para o exterior

A família Kardashian está agora envolvida em várias marcas de consumo bilionárias. Kardashian vendeu uma participação minoritária em sua linha de cosméticos KKW Beauty para a Coty, por US$ 200 milhões no ano passado, em um negócio que avaliou a empresa em US$ 1 bilhão. Sua irmã, Kylie Jenner, também vendeu uma participação majoritária em sua linha Kylie Cosmetics para a Coty, e essa aquisição avaliou seus negócios em US$ 1,2 bilhão.

Com a Skims, Kardashian está de olho no exterior. A empresa está construindo mais infraestrutura para entregar produtos fora dos EUA, de acordo com Grede. Quase todas as suas vendas são feitas através do site da marca, com grande parte do restante vendido através da Nordstrom. Os executivos também estão testando os mercados internacionais por meio de varejistas como Selfridges, no Reino Unido, Lane Crawford, na China, David Jones, na Austrália, e Ounass, no Oriente Médio.

A Skims está planejando mais parcerias para aumentar o burburinho em torno da marca e atrair compradores. A empresa lançou uma colaboração limitada com a casa de moda italiana Fendi, de propriedade da LVMH, em outubro, vendendo itens como maiôs de US$ 395 e vestidos de couro de US$ 4.200. A maior parte da demanda por esses produtos veio de fora dos EUA, segundo Grede.

Os próximos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, programados para começar em 4 de fevereiro, serão um momento vital para a Skims, pois busca ganhar mais atenção no cenário mundial. Mais uma vez, os atletas da equipe dos EUA ganharão pijamas e roupas íntimas, estratégia que também foi usada nos Jogos de Verão de Tóquio, no ano passado. Kardashian tem uma conexão próxima com os jogos - Caitlyn Jenner, que era casada com sua mãe Kris Jenner, ganhou uma medalha de ouro no decatlo em 1976.

“Estamos trabalhando continuamente em colaborações, parcerias e eventos”, disse Grede. “Vem novidade por aí.”

– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

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