O efeito Covid na economia

Também no Breakfast: Mercado optará por prudência e correções diante de incertezas; Mercado Livre vai custear até 70% do valor de cirurgia para funcionários trans e Para analista, não há motivos para entrar no IPO da Creditas

Tempo de leitura: 4 minutos

Bom dia! Hoje é 25 de janeiro de 2022 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

A variante ômicron tem complicado a recuperação da economia mundial, que continua a ser afetada pelo caos nas cadeias de suprimentos, ausências de trabalhadores e falhas nas linhas de montagem.

Os supermercados têm dificuldade para abastecer as prateleiras em meio à escassez crônica de funcionários. Companhias aéreas cancelam voos. Produtores enfrentam interrupções e as companhias marítimas permanecem em marcha ré. Ao mesmo tempo, preços de energia sobem em meio a alta da inflação, pressionando bancos centrais a elevarem as taxas de juros mesmo com a desaceleração da recuperação.

Menos medo, mais demanda

Otimistas argumentam que o impacto econômico da ômicron será limitado, pois as vacinas e as doses de reforço permitem que a doença passe de uma fase aguda para uma endêmica.

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Nos países atingidos precocemente, como o Reino Unido e o Canadá, existe a percepção de ondas com menor duração, quedas de picos mais rápidas e taxas de mortalidade mais baixas em comparação com a variante delta. Isso significa que o fator psicológico de medo pode desaparecer em breve e a demanda reprimida por serviços voltará.

Quando volta a normalidade?

Ainda assim, à medida que a pandemia persiste pelo terceiro ano, fica mais claro a cada dia que o retorno à normalidade econômica está distante. A economia global agora está dividida entre países que vivem com o vírus e a busca obstinada da China pela covid zero.

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(Foto: Chris J. Ratcliffe/ Bloomberg)dfd

Na trilha dos Mercados

A prudência segue marcando a pauta dos mercados. No front, permanecem as mesmas dúvidas que corroeram os mercados nas últimas sessões: as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a escalada das tensões geopolíticas.

🏦 O banco central norte-americano inicia hoje a reunião que deve definir as bases de uma elevação nas taxas a partir de março. Também deve confirmar a redução de seu balanço patrimonial ainda este ano. A perspectiva de um ciclo de alta do custo do dinheiro e a possibilidade de que o Fed não faça mais a rolagem das dívidas vincendas sacodem os mercados.

🪖 Também turva o cenário o risco de um confronto bélico iminente. A Rússia não dá mostras de ceder, os Estados Unidos ordenaram que os familiares de diplomatas abandonem a Ucrânia e o Pentágono colocou 8.500 soldados em alerta para reforços perto do país.

📊 Indicadores macroeconômicos - como índices de confiança do consumidor e de inflação - e importantes balanços corporativos também serão acompanhados de perto pelos investidores.

Política monetária do Fed, tensões geopolíticas, indicadores macro e balanços orientam os mercadosdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,39%), S&P 500 (+0,28%), Nasdaq (+0,63%), Stoxx 600 (-3,81%), Ibovespa (-0,92%)

A jornada de ontem foi bastante nervosa, com uma reviravolta de último momento das bolsas norte-americanas, que acabaram revertendo as perdas amargadas durante o dia – o Nasdaq chegou a cair 4,90% no momento de maior tensão. Na Europa, as bolsas não tiveram a mesma sorte e o Stoxx 600 terminou com a pior rentabilidade diária desde junho de 2020. A reunião de política monetária do Fed, que começa hoje e termina amanhã, e as tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia nortearam os negócios.

No radar

  • Índice Ifo de Clima de Negócios - Alemanha (jan)
  • CPI da Austrália - Brasil: Confiança do Consumidor FGV (jan)
  • EUA: Índice de Preços de Imóveis (nov), Índice Redbook
  • Balanços: Microsoft, General Electric, Moderna, Texas Instruments, Johnson & Johnson, American Express

Quarta-feira, 26

  • 📌 Decisão de juros do Federal Reserve e entrevista coletiva do presidente Jerome Powell
  • Decisão da taxa de juros do Banco do Canadá
  • Relatório de estoque de petróleo bruto da EIA
  • Balanços: Tesla, Abbott Laboratories, Intel, AT&T, Boeing
  • Brasil: IPCA-15

Quinta-feira, 27

  • EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
  • Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics

Sexta-feira, 28

  • EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
  • Balanços: Chevron, Caterpillar

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

• Não há motivos para entrar no IPO da Creditas, diz Nord Research: A empresa de análise destrinchou o modelo de negócios da fintech de crédito Creditas e disse que o negócio da Creditas, apresentada como a maior plataforma online de crédito com garantia do Brasil, não é rentável e depende muito da economia.

• Pentágono coloca 8.500 soldados em alerta para reforços perto da Ucrânia: Os Estados Unidos estão colocando cerca de 8.500 soldados em alerta intensificado para reforço das forças da Otan na Europa Oriental, se necessário, à medida que as tropas russas se aglomeram nas fronteiras da Ucrânia, de acordo com o Departamento de Defesa.

Coca-Cola Femsa conclui compra da CVI Refrigerantes: A Coca-Cola Femsa (KOFUBL) anunciou nesta segunda-feira (24) que, por meio de sua subsidiária brasileira Spal Indústria Brasileira de Bebidas S/A, adquiriu 100% da engarrafadora CVI Refrigerantes Ltda., localizada no Rio Grande do Sul.

Bitcoin reage após desabar para menos de US$ 33 mil: O Bitcoin (BTC) esboçou uma reação nesta segunda, pela primeira vez em quase uma semana, depois que a recente desvalorização nas criptomoedas levou o valor de mercado do token digital para menos da metade do recorde do ano passado.

Opinião Bloomberg

Fale sobre suas finanças, é um ato saudável

Alexis Leondis: Você é ilustrador, músico e fundador de uma empresa financeira, a The Hell Yeah Group, que ajuda pessoas criativas com suas finanças pessoais e empresariais. No início de sua carreira, você trabalhou em um grande banco como agente de cobranças e em uma tradicional empresa de planejamento financeiro. Em seu novo livro “Finance for the People: Getting a Grip on Your Finances”, você pega observa essas experiências “dos bastidores” para ajudar aqueles que se sentiram ignorados ou mal atendidos no gerenciamento de seu dinheiro. Qual é a mensagem mais importante para esses leitores?

Pra não ficar de fora

Startups atraem US$ 15 bi e batem recorde na América Latina dfd

Investidores de tecnologia despejaram uma quantidade recorde de recursos na América Latina no ano passado, criando uma nova classe de startups que valem pelo menos US$ 1 bilhão, também chamadas de “unicórnios”, em uma região que rapidamente se tornou um alvo para fundos de venture capital.

🦄 As startups atraíram US$ 15,3 bilhões no ano passado, mais que o triplo do recorde anterior, de US$ 4,9 bilhões em 2019, de acordo com dados preliminares divulgados pela Associação para Investimentos de Capital Privado na América Latina, ou LAVCA.

🤑 O financiamento em todos os principais países atingiu um recorde, liderado pelo Brasil, e a tecnologia financeira, ou fintech, conquistou mais do que qualquer outro setor, disse a associação com sede em Nova York.

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