Com inflação dos EUA conforme esperado, exterior dá o tom e bolsa sobe

Apesar de registrar o maior aumento de inflação desde 1982, o dado americano veio dentro das expectativas e não abalou os mercados

Foco é todo para os próximos passos da política monetária americana
12 de Janeiro, 2022 | 11:28 AM

Bloomberg Línea — O foco do mercado lá fora está totalmente voltado aos próximos passos da política monetária nos Estados Unidos, e cada dado ou fala que venha do Federal Reserve é acompanhado de perto. Após a audiência de Jerome Powell na véspera (11), o destaque desta quarta-feira (12) foi a divulgação da inflação americana.

O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos registrou alta de 7% na base anual em dezembro, em linha com as expectativas, um avanço em comparação ao registro de novembro. Foi o maior aumento anual desde 1982. Na base mensal, o avanço foi de 0,5%, ante 0,8% no mês anterior.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse ontem (11) que o banco central não hesitará em agir, se necessário, para conter a inflação e ajudar a garantir o pleno emprego, embora se espere que o descompasso entre oferta e demanda que elevou os preços diminua.

  • Perto das 11h10, o Ibovespa subia 1,30%, a 105.125 pontos
  • Petrobras (PETR4), Usiminas (USIM5) e Magazine Luiza (MGLU3) eram as maiores contribuições para a alta do índice
  • O dólar rondava a estabilidade, a R$ 5,592. Os vencimentos dos juros recuavam, com o DI para janeiro de 2023 caindo de 12,025% para 11,895%
  • Nos EUA, o futuro do Dow Jones subia 0,24%, do S&P 500, 0,38% e do Nasdaq, 0,70%

Contexto

A inflação global segue pautando os investidores. Após o IPCA no Brasil ontem (11), com a maior alta acumulada desde 2015, hoje foi a vez dos EUA.

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O aumento do índice de preços ao consumidor foi liderado pelos preços mais altos de moradia e veículos usados. Os custos dos alimentos também contribuíram para o aumento. Os preços de energia – um dos principais impulsionadores da inflação durante a maior parte de 2021 – caíram no mês passado.

Veja mais: Discurso tranquilizador de Powell devolve ações ao terreno positivo

Os dados reforçam as expectativas de que o Fed começará a aumentar as taxas de juros em março. A alta inflação mostrou-se mais persistente e generalizada que o previsto pelo banco central em meio a uma demanda sem precedentes por bens, juntamente com restrições de capacidade relacionadas à oferta de mão de obra e materiais.

(Atualiza com contexto às 11h33)

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.