Powell: Atenção é maior com a inflação do que com meta de emprego

Presidente do banco central americano participa de audiência no Comitê Bancário do Senado para sua recondução ao cargo

"Se a inflação alta persistir por mais tempo, teremos que elevar mais os juros"
11 de Janeiro, 2022 | 12:04 PM

Bloomberg Línea — O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, iniciou ao meio-dia, do horário de Brasília, seu depoimento ao Comitê Bancário no Senado dos Estados Unidos. O chefe do banco central americano participa de audiência para sua recondução ao cargo, e o mercado acompanha atento as suas falas, em meio à ansiedade quanto aos próximos passos da política monetária.

Em comentários preparados, Powell disse que o banco central vai trabalhar para que a inflação mais alta não se consolide na economia, ao mesmo tempo em que alertou que a economia pós-pandemia pode parecer diferente do ciclo de expansão anterior.

“Podemos começar a ver que a economia pós-pandemia provavelmente será diferente em alguns aspectos. A busca de nossos objetivos precisará levar essas diferenças em consideração”, disse ele nos comentários, divulgados na segunda-feira (10).

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Veja destaques das respostas de Powell aos questionamentos dos senadores:

  • Estresse climático será um dos temas monitorados de perto, assim como a reação das instituições bancárias aos fenômenos preocupantes
  • Devemos ter certeza de que nossas atitudes quanto à política monetária garantam um mercado de trabalho mais forte
  • Muito do aumento da inflação é devido a problemas de cadeia de suprimentos e interrupções relacionadas à pandemia. Temos uma descorrelação entre oferta e demanda
  • Se a inflação alta persistir por mais tempo, teremos que elevar mais os juros. Vamos usar todas as nossas ferramentas para reduzir a inflação
  • Será necessária uma longa expansão para alcançar um forte mercado de trabalho, e a estabilidade de preços é necessária para isso
  • É mais provável que continuemos em uma era de taxas de juros muito baixas
  • Mercado de trabalho está se recuperando a uma taxa incrivelmente rápida
  • Economia não requer mais políticas extremamente acomodativas. Este ano voltaremos a uma política mais normal
  • É hora de nos afastar de ferramentas emergenciais
  • Neste momento, precisamos ficar mais atentos à inflação do que à meta de emprego máximo
  • Vamos concluir compra de ativos em março
  • A inflação irá reduzir com o tempo, mas a questão é em que velocidade isso irá acontecer
  • Pressões inflacionárias parecem que irão continuar até o meio deste ano, e se for além disso nossa política irá se adaptar. Se persistir por um tempo mais longo, é provável que fique mais enraizado, e nossa política irá se ajustar
  • A expectativa é de que ômicron tenha vida curta, e a perspectiva para os próximos trimestres será mais positiva
Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.