Quer aprender como levantar capital na América Latina? Escola ensina

O sócio da Alaya Capital, Claudio Barahona, lançou uma escola on-line na esperança de ajudar os empresários a levantar fundos

Não é fácil levantar capital, mas Barahona oferece uma aula na qual compartilha os truques do negócio
Por Marcella McCarthy (Brasil)
06 de Janeiro, 2022 | 06:07 PM

Miami — Muitas grandes startups falham antes do tempo porque ficam sem dinheiro e não conseguem levantar capital. E muitas outras sem muita tração – ou até nenhuma tração – conseguem levantar milhões de dólares e comprar seu sucesso.

Então qual é o truque?

Acredito que há uma lacuna educacional na indústria de capital de risco na América Latina”, disse Claudio Barahona, sócio-gerente da Alaya Capital e criador da CómoLevantarCapital, uma escola on-line que ensina empreendedores a levantar fundos na América Latina. As aulas são oferecidas em espanhol.

“É algo que eu adoraria ter quando era empreendedor, porque aprendi esse jogo fracassando nele”, disse Barahona.

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Barahona, que mora no Chile, criou e vendeu uma empresa de e-sports quando tinha 25 anos. Desde então, se tornou investidor e disse que, nos últimos anos, muitos empresários o procuraram no LinkedIn pedindo orientação sobre como levantar capital. Com o tempo, ele percebeu que muitas das perguntas e dúvidas eram as mesmas. Como resultado, ele decidiu lançar uma escola on-line que consolida todas essas informações.

“Outro dia coloquei na ponta do lápis e, ao longo dos anos, ajudei os fundadores a arrecadar cerca de US$ 200 milhões”, disse Barahona.

Claudio Barahona, fundador e CEO da CómoLevantarCapitaldfd

A CómoLevantarCapital é menos um empreendimento comercial para Barahona e mais uma forma de investir no ecossistema. A escola oferece pelo menos uma aula gratuita, mas o curso mais completo custa cerca de US$ 200 e oferece 10 horas de aula. As lições incluem como preparar uma proposta de venda, quais documentos ter prontos antes de entrar em contato com um investidor e até mesmo como escrever um e-mail para empresas como Sequoia e Andreessen Horowitz, os famosos VCs do Vale do Silício.

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“A maioria dos fundadores da América Latina acha que é impossível entrar em contato com a Sequoia e Andreessen Horowitz, então ensinamos como entrar em contato com eles. Basta um e-mail ou um tweet. Não é impossível”, afirmou Barahona.

US$ 200 é uma taxa nominal e certamente não enriquecerá Barahona. Ele disse que cobra uma taxa apenas para cobrir suas despesas. Também perguntei se ele usa o CómoLevantarCapital como um método para o fluxo de negócios e ele disse “não”.

“É uma iniciativa pessoal e faço um esforço para separar as aulas do meu trabalho na Alaya Capital”, disse.

No momento, Barahona é o único “professor”, mas ele espera que mais capitalistas de risco doem seu tempo e ideias para a plataforma.

“O desafio é que leva muito tempo. Levei 10 meses para colocar essas primeiras aulas online e trabalhava apenas aos sábados”, disse ele.

Para mim, é importante que não seja apenas uma plataforma de Claudio, mas uma plataforma de muitos VCs. Esse é o objetivo”.

Captação de recursos nos Estados Unidos e na América Latina

A maioria dos fundadores de startups já ouviu falar do Y Combinator, o Santo Graal dos aceleradores de startups com sede no Vale do Silício. Como a “Harvard das Startups”, a empresa criou recursos para os fundadores que eles chamam de “Startup School”, mas, para começar, todos os recursos estão em inglês. Em segundo lugar, as ideias e orientações são voltados para o mercado dos EUA e, por fim, apenas parte desses recursos aborda a captação de recursos.

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“Nos EUA, é possível fazer uma Série A de US$ 20-30 milhões com um PowerPoint e uma boa equipe”, disse Barahona, explicando que os valores tendem a ser mais baixos na América Latina e que os investidores geralmente querem ver mais tração. Uma grande ideia e uma grande equipe não são suficientes.

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, Localization Specialist da Bloomberg Línea.

Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.