O que esperar de 2022? Bolsas globais miram inflação, China e Covid

Maioria dos estrategistas espera que o vírus perca importância no ano que vem, com a chegada dos comprimidos antivirais

Covid, política monetária, inflação e China concentram atenções
Por Nikos Chrysoloras - Jeanny Yu e Thyagaraju Adinarayan
06 de Dezembro, 2021 | 06:37 PM

Bloomberg — Um ano atrás, dificilmente um estrategista poderia prever que o índice acionário de melhor desempenho do mundo em 2021 seria o da Mongólia ou que o valor dos papéis de uma rede de salas de cinema aumentaria 13 vezes.

E embora muitos estivessem otimistas, poucos previam a força que levou bolsas europeias e americanas a bater sucessivos recordes — nem seu tombo com o surgimento da variante ômicron da Covid-19. Ainda menos gente esperava a freada da China ou a crise de liquidez que afeta as incorporadoras imobiliárias do país.

Acertar em 2022 não ficará mais fácil, mas alguns temas devem persistir:

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Covid-19

As notícias da pandemia determinam os rumos dos mercados há quase dois anos. Mais recentemente, a ômicron afeta os índices das bolsas mundiais.

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A maioria dos estrategistas espera que o vírus perca importância no ano que vem, com a chegada dos comprimidos antivirais da Pfizer e Merck reforçando o arsenal da humanidade contra a doença.

Ainda assim, a pandemia já ensinou que estratégia de renda variável é uma coisa e epidemiologia é outra.

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Inflação

Se as pressões inflacionárias diminuírem nos próximos meses, é improvável que as bolsas subam em uma reação de alívio, dado que os preços dos papéis já contemplam essa possibilidade.

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No entanto, se as pressões de preços persistirem ou ficarem mais intensas, a situação se complica. As ações oferecem boa proteção contra a inflação até certo ponto. Um avanço sustentado da inflação em 12 meses acima de 4% pode corroer os lucros e prejudicar as ações, de acordo com Florian Ielpo, responsável pelas áreas de macroeconomia e multiativos da Lombard Odier.

Se espera que la inflación alcance su punto máximo a fines de 2021 o principios de 2022 para luego disminuir gradualmente. dfd

A alta da inflação também induziria os bancos centrais a apertar a política monetária, elevando os custos de empréstimos para países altamente endividados, como a Itália, e drenando a liquidez dos mercados.

Descarbonização

A inflação pode ficar estruturalmente mais alta devido ao processo de transição para a neutralidade climática. As maiores economias do mundo — dos EUA à Índia — assumiram um compromisso coletivo com essa meta este ano.

Preços mais altos do carbono e impostos ambientais aumentam os custos de produção da indústria, enquanto o investimento abaixo do necessário em combustíveis fósseis contribuiu para uma elevação dos custos de energia que ameaça prejudicar o crescimento e os fluxos de produção.

Por outro lado, gestoras de ativos como BlackRock e Nuveen enxergam na descarbonização oportunidades de investimento sem precedentes.

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Metaverso

A reformulação de marca do Facebook chamou a atenção para a atividade econômica fora do mundo físico — das redes sociais às plataformas de jogos. A empresa cofundada por Mark Zuckerberg foi rebatizada como Meta Platforms.

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O metaverso, que abrange mundos digitais onde os usuários podem socializar, jogar e trabalhar, representa uma oportunidade de trilhões de dólares, segundo o CEO da Epic Games, Tim Sweeney.

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Atualmente, um modelo digital de uma bolsa Gucci para uso apenas em plataforma de jogos pode custar mais do que a versão física do acessório.

China

Pequim implementou medidas restritivas a gigantes da tecnologia e empresas de educação privada este ano e limitou empréstimos a incorporadoras imobiliárias para diminuir a dependência do país em relação ao setor. Paralelamente, a disparada dos preços no atacado dificulta a manutenção das margens de lucro. A falta de medidas de flexibilização significativas pelo banco central nos últimos meses se reflete no ritmo de crescimento econômico.

Para a BlackRock, o pico das medidas regulatórias já ficou para trás e as ações em favor da economia começarão a ter impacto no ano que vem. O BNP Paribas espera que Pequim ajuste as regras para incorporadoras imobiliárias e os programas de apoio ao setor privado em uma reunião econômica marcada para este mês.

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