Pesquisa indica desaceleração de compras de títulos do BCE

Com um cenário econômico mais positivo, autoridade poderia reduzir ritmo de compras de 80 bilhões para 50 bilhões de euros

Conselho do BCE realiza sua reunião de política monetária na próxima quinta-feira
Por Alexander Weber e Harumi Ichikura
03 de Setembro, 2021 | 10:13 AM

Bloomberg — O Banco Central Europeu deve começar a desacelerar as compras de títulos da pandemia no quarto trimestre e pode não esgotar todo o programa de 1,85 trilhão de euros (US$ 2,19 trilhões) antes de encerrá-lo no próximo ano, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.

Com um cenário econômico mais positivo, o BCE pode reduzir o ritmo de compras de 80 bilhões de euros por mês em setembro para cerca de 50 bilhões de euros em março, disseram. A decisão de encerrar o programa, conforme planejado atualmente, só é esperada no fim do ano.

“Seria prematuro decidir quando encerrar o Programa de Compras de Emergência na Pandemia, mas uma redução das compras mensais é razoável, especialmente porque as condições de financiamento melhoraram desde junho”, disse Joerg Angele, economista sênior do Bantleon Bank.

O Conselho do BCE realiza sua reunião de política monetária na próxima quinta-feira.

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Uma desaceleração das compras de títulos da pandemia como a prevista deixaria o BCE com cerca de 70 bilhões de euros sem usar do montante total alocado para o programa. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a instituição não precisa gastar todos os recursos, desde que os custos de financiamento permaneçam favoráveis.

Os entrevistados na pesquisa estão preocupados que gargalos na cadeia de suprimentos - e, em menor medida, pressões inflacionárias e o risco de novos lockdowns - possam pesar nas perspectivas econômicas da zona do euro. Indicadores de confiança caíram recentemente, e os preços ao consumidor sobem a uma taxa anual de 3%, o ritmo mais rápido em uma década.

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Na próxima semana, o BCE apresentará novas projeções que, segundo economistas, devem mostrar crescimento mais rápido este ano e revisões para cima da inflação para 2021, 2022 e, potencialmente, também para 2023. Ainda assim, esse resultado ainda deve estar muito abaixo da meta do BCE.

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