Investidores no Japão veem renúncia de Suga como positiva

Ex-primeiro-ministro se tornou muito impopular entre a população japonesa, apesar dos altos índices de aprovação nas pesquisas quando assumiu o cargo de Shinzo Abe há um ano

Baixa aprovação de Suga pesou sobre as ações japonesas
Por Gearoid Reidy
03 de Setembro, 2021 | 09:38 AM

Bloomberg — A sexta-feira (3) foi de ganhos para os mercados acionários em Tóquio depois da surpreendente renúncia do primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga. A expectativa de investidores é de que um novo líder dissipe a nuvem de incerteza que há meses paira sobre as bolsas japonesas.

Apesar dos altos índices de aprovação nas pesquisas quando assumiu o cargo de Shinzo Abe há um ano, Suga se tornou muito impopular entre a população japonesa. Embora o Japão tenha conseguido manter a pandemia sob controle no ano passado, Tóquio e muitas outras regiões estiveram em estado de emergência durante a maior parte de 2021, enquanto o país enfrentava seguidas ondas de Covid-19.

A baixa aprovação de Suga pesou sobre as ações japonesas, disse Hiroshi Namioka, estrategista-chefe da T&D Asset Management. Investidores e políticos do governo temiam as consequências se ele liderasse o partido em uma próxima eleição geral.

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Pesquisas mostram que a maioria não aprova sua resposta à pandemia, que dominou o discurso político no Japão e o impediu de implementar outras políticas. Um ponto de inflexão veio no inverno, quando Suga foi claramente criticado pelo que foi visto como uma resposta tardia à crescente onda de casos Covid. Os índices acionários mostraram pouca variação em grande parte do ano, já que a campanha de vacinação do país e a reabertura econômica estão atrasadas em relação aos EUA e Europa, algo pelo qual Suga levou a culpa.

Investidores também esperam que o sucessor de Suga, seja quem for, gaste muito. O ex-ministro de Relações Exteriores, Fumio Kishida, que planeja concorrer a líder do partido no poder, prometeu gastar dezenas de trilhões de ienes para combater o coronavírus e também propôs a criação de uma agência de gerenciamento de crises de saúde para conduzir a resposta a doenças infecciosas.

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