Klabin ativa 1ª máquina de papel para embalagens feito com eucalipto e prevê início da 2ª em 2023

Projeto Puma II, maior investimento da companhia, é desenvolvido em Ortigueira, no Paraná, e prevê aporte de R$ 12,9 milhões

Bobina de papel Eukaliner, produto desenvolvido e patenteado pela Klablin feito com 100% com fibras de eucalipto, marca início da produção de nova máquina. A companhia diz que  já conta com 100% de sua produção vendida, sendo que 70% por meio de contratos já assinados, atendendo aos mercados interno e externo
30 de Agosto, 2021 | 10:51 AM

São Paulo — A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, iniciou a operação da primeira máquina do Projeto Puma II, o maior investimento da história da companhia, resultado de um aporte de R$ 12,9 bilhões. Esse valor é destinado à construção de duas novas máquinas de papel, identificadas como MP27 e MP28, até 2023, com produção de celulose integrada, em Ortigueira (PR).

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Em dezembro de 2019, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socia) aprovou um financiamento no valor de R$ 3 bilhões à Klabin para a construção da nova linha produtiva, na unidade de Ortigueira. O financiamento faz parte do apoio aos investimentos no Projeto Puma II, dividido em duas fases.

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Além do crédito do BNDES, a expansão conta com recursos próprios da empresa e financiamento de bancos comerciais em consórcio e de organismos multilaterais, tais como o BID Invest (braço do setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID) e o Banco Mundial, por meio do IFC (Corporação Financeira Internacional).

Trata-se de um importante marco no ciclo de expansão pelo qual a companhia vem passando e que reforça sua capacidade de crescimento sustentável aliado à tecnologia”, informou a companhia, nesta segunda-feira (30).

Com capacidade produtiva de 450 mil toneladas de produto, a MP27 produz o Eukaliner, primeiro kfratliner (papel para embalagem) do mundo feito 100% de eucalipto, segundo a companhia. Entre os diferenciais competitivos do produto, a Klabin cita uma estrutura mais robusta, permitindo a redução de gramatura das embalagens de papelão ondulado em até 10% com aumento de resistência, melhor qualidade de impressão e ainda atributos de sustentabilidade, já que utiliza menos recursos para produção do mesmo volume de papel.

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Papel-cartão

As obras para construção da MP28 já começaram, com o startup previsto para 2023. Essa unidade vai focar na produção de papel-cartão, com capacidade produtiva de 460 mil toneladas anuais, segundo a Klabin. O produto é usado para alimentos líquidos (leites e sucos) e alimentos industrializados (cereais, chocolates, pizzas, proteínas etc.), produtos de higiene e limpeza (detergentes em pó, creme dental), cartão para embalagens multipack de latas e garrafas, além de cartões para o crescente segmento de food service, como copos e bandejas.

A decisão pela máquina de papel-cartão foi anunciada em maio deste ano e considera uma avaliação de tendências, oportunidades e condições de mercado. “O setor está num momento próspero e avaliamos que seguirá aquecido nos próximos anos, impulsionado pela busca por mais sustentabilidade. O cartão confere boas possibilidades para nosso negócio, que é integrado, diversificado e flexível. Também permite a associação com barreiras, que crescem fortemente como alternativa às embalagens plásticas de uso único”, afirma Flávio Deganutti, diretor de papéis da Klabin.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.