Bloomberg Línea — O último mês movimentou US$ 197 milhões em capital investido em startups na América Latina, entre recursos em equity e dívida. O resultado foi o mais baixo entre os cinco primeiros meses do ano.
O Brasil liderou as captações, sendo o destino de 73% do valor desembolsado nas 46 rodadas na região. Entre os US$ 117 milhões de investimentos em participação (equity), o país ficou com 82% do volume de negócios.
O protagonismo do país no mês foi puxado pela Solinftec, agritech que captou US$ 52,8 milhões - cerca de R$ 300 milhões, em cotação atual.
Os dados, levantados pela plataforma de monitoramento Sling Hub, revelam uma queda expressiva em relação aos primeiros meses do ano.
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Mesmo desconsiderando o resultado de abril, que trouxe números fora da curva, com US$ 1,2 bilhão captado, maio teve um desempenho quase 50% inferior ao dos demais meses do ano. Janeiro, tradicionalmente mais fraco, registrou US$ 341 milhões em aportes, superior em 42% ao valor registrado no último mês.
Veja os aportes da semana:
Solfácil
Empresa que atua como um ecossistema para projetos de energia solar, a Solfácil fechou a captação de R$ 750 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) para financiamento de cerca de 25.000 projetos de geração distribuída em todo o Brasil. A operação foi coordenada pelo Itaú BBA e o Bradesco BBI.
É a terceira emissão de CRI realizada pela empresa, que no ano passado captou R$ 1,35 bilhão em duas operações semelhantes.
Desde que começou a acessar o mercado de dívida, em 2021, a Solfácil captou mais de R$ 6,5 bilhões em 12 operações, incluindo três emissões de debêntures, seis de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e três de CRIs.
Em menos de sete anos, a Solfácil financiou mais de R$ 4,5 bilhões em projetos solares, com mais de 1,4 GW de potência instalada para 155 mil clientes.
Além da operação de financiamento, a Solfácil também faz a distribuição e a venda de equipamentos, divisão do negócio que representa metade da receita.
A startup também tem investido na distribuição e na venda de sistemas de armazenamento de energia.
Nekt
A Nekt, plataforma de dados e IA para simplificar o acesso e o uso dessas informações para empresas em estágio de crescimento, captou R$ 5 milhões em sua primeira rodada, liderada pela Alexia Ventures e por fundadores de RD Station, Trybe, Hapana e Luxor Group.
O investimento chega para acelerar o desenvolvimento e a validação de adesão do produto ao mercado. A startup atende 40 clientes e projeta alcançar 100 até o fim de 2025.
A plataforma unifica engenharia, análise e ativação de informações em um só ambiente.
Empresas usam a Nekt para centralizar dados de diferentes fontes, organizá-los na sua própria nuvem e rodar transformações que vão de consolidações a análises avançadas com modelos de inteligência artificial e algoritmos preditivos.
A startup foi criada por Antonio Duarte (CEO), Vinícius, Pedro e Andrio — todos com background técnico sólido e experiência anterior com a Jungle Devs (hoje Olby), que foi adquirida pela Trybe em 2021.
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