Mondelez estuda comprar a Hershey para criar gigante do setor, dizem fontes

Esta não é a primeira vez que a Mondelez busca um acordo para compra da Hershey. Em 2016, a empresa se afastou depois de ver uma oferta de US$ 23 bilhões rejeitada

As vendas combinadas das empresas daria quase US$ 50 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. (Foto: Crystal Tse, Dinesh Nair, Vinicy Chan and Aaron Kirchfeld)
Por Crystal Tse - Vinicy Chan - Aaron Kirchfeld - Dinesh Nair
09 de Dezembro, 2024 | 02:56 PM

Bloomberg — A Mondelez, fabricante dos chocolates Toblerone e Milka, estuda a aquisição da americana Hershey em um possível acordo que criaria uma gigante do setor de alimentos com vendas combinadas de quase US$ 50 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A Mondelez, sediada em Chicago, fez uma abordagem preliminar sobre uma possível combinação, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.

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As ações da Hershey subiram até 19% na segunda-feira (9), registrando o maior ganho intradiário em mais de oito anos após a reportagem da Bloomberg News.

As ações estavam sendo negociadas em alta de 12% às 10h57 em Nova York, o que, naquele momento, concede à empresa um valor de mercado de US$ 40 bilhões.

A Mondelez caiu 2%, o que lhe conferiu uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 83 bilhões.

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Não é a primeira vez que a Mondelez busca um acordo para a Hershey. Em 2016, a empresa se afastou das discussões sobre uma possível aquisição depois de ver uma oferta de US$ 23 bilhões rejeitada pela fabricante de chocolates.

A Hershey tem um valor de aproximadamente US$ 45 bilhões, incluindo dívidas, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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Isso significa que uma aquisição da empresa sediada em Hershey, Pensilvânia, superaria o valor do maior negócio do ano - o acordo da fabricante de salgadinhos Mars para comprar a Kellanova por quase US$ 36 bilhões, incluindo dívidas, em agosto.

Qualquer negócio exigiria o apoio da Hershey Trust, que detém quase todas as ações classe B da Hershey, o que lhe dá cerca de 80% do poder de voto na empresa.

O fundo vem vendendo lentamente algumas de suas ações da Hershey em um esforço para diversificar suas participações. Se a Hershey Trust apoiasse uma aquisição, a Hershey poderia atrair o interesse de outros pretendentes, disseram as pessoas.

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As deliberações estão nos estágios iniciais e não há certeza de que as discussões levarão a um acordo, disseram as pessoas. Um representante da Hershey disse que a empresa não comenta rumores de mercado.

Um porta-voz da Hershey Trust não pôde ser contatado imediatamente para comentar o assunto. Um representante da Mondelez não respondeu a vários pedidos de comentário.

O setor de alimentos embalados vem lutando contra a queda nos volumes, a desaceleração do crescimento e o enfraquecimento do consumidor global.

As empresas estão em busca de inovação e novos mercados para impulsionar as vendas, à medida que os consumidores começam a se opor aos aumentos de preços e se tornam mais preocupados com a saúde.

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A Mondelez fabrica biscoitos Ritz e Oreo, bem como barras de chocolate Toblerone. A empresa é “receptiva a aquisições” e tem capacidade de endividamento para fusões e aquisições, pois busca expandir suas divisões de chocolate, biscoitos e salgadinhos assados, escreveram os analistas da Bloomberg Intelligence em setembro.

Em outubro, a empresa divulgou lucros do terceiro trimestre que superaram as estimativas.

Fundada no final do século 19, a Hershey é conhecida por suas marcas de chocolate e doces, incluindo Hershey’s Kisses, Reese’s Peanut Butter Cups e PayDay. Ela ampliou seu portfólio de doces em novembro com a aquisição da Sour Strips.

A empresa, liderada pela CEO Michele Buck, foi atingida pelos altos preços recordes do cacau, que caíram em relação a seus picos, mas continuam significativamente elevados em comparação com anos anteriores.

Os custos do açúcar também estão altos. No mês passado, a Hershey reduziu sua perspectiva de crescimento das vendas líquidas e dos lucros, uma vez que os consumidores, preocupados com a inflação, estão controlando seus orçamentos.

--Com a ajuda de Michelle F. Davis e Deena Shanker.

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