Light propõe aumento de capital, com aporte de Tanure, Sicupira e Ronaldo Cézar Coelho

Concessionária apresentou novo plano de recuperação, com aumento de capital de R$ 1,5 bilhão; acionistas-chave devem entrar com R$ 1 bilhão

Concessionária entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado
Por Leda Alvim
24 de Fevereiro, 2024 | 03:22 PM

Bloomberg — A Light, concessionária brasileira que entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado, apresentou uma nova versão de seu plano de recuperação judicial delineando um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão em meio a negociações em andamento com credores para reestruturar sua dívida.

A concessionária do Rio disse em um documento que R$ 1 bilhão virá de acionistas-chave, incluindo Nelson Tanure, Ronaldo Cézar Coelho e Carlos Alberto Sicupira, que detêm 50% da empresa.

A empresa também anunciou a conversão de títulos de dívida em novas ações e a expansão do grupo de credores que receberá pagamento integral.

O preço de conversão será baseado na média de 60 dias das cotações anteriores à apresentação do novo plano, com o direito de subscrição de 2 ações para cada 1, de acordo com o documento.

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O novo plano amplia o número de credores em 3.000 para 28.000, o que equivale a 60% dos investidores. Todos os credores que detêm até 30.000 reais em dívidas serão pagos integralmente em 90 dias após a aprovação do plano.

Além disso, o novo plano também converte até 40% dos créditos em ações da empresa via debêntures conversíveis, embora seja limitado a R$ 2,2 bilhões. O restante será remunerado pelo IPCA mais 4% ao ano, com amortização em oito anos.

A Light entrou com pedido de recuperação judicial em maio, após alertar que os reguladores não estavam autorizando a cobrança suficiente dos clientes para pagar suas obrigações.

A empresa enfrentava uma série de obstáculos, incluindo o fato de que mais de um quarto da energia que enviava para a rede estava sendo perdida para roubo, o que custava à empresa cerca de US$ 200 milhões por ano.

A concessionária de 120 anos também disse enfrentava altas taxas de juros, clientes inadimplentes, receita menor de grandes clientes e dinheiro reservado para pagar uma decisão judicial que a obrigou a devolver créditos tributários aos consumidores.

As propostas apresentadas pelos credores até agora “não levaram em consideração as necessidades reais de investimento da empresa”, que a Light disse esperar que aumentem especialmente ao considerar as novas regras para renovação da concessão.

“A Light optou por apresentar um novo plano, que atende às demandas apresentadas pelos credores e garante o cumprimento dos compromissos setoriais e sociais”, disse a empresa em comunicado.

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