CEO da Petrobras: crise no Oriente Médio pode elevar petróleo acima de US$ 90

Em entrevista à Bloomberg TV, Jean Paul Prates diz que aumento de ataques a navios no Mar Vermelho pode pressionar ainda mais os preços do barril no mercado internacional

Jean Paul Prates, chief executive officer of Petroleo Brasileiro
Por Peter Millard - Scarlet Fu
29 de Janeiro, 2024 | 08:47 PM

Bloomberg — Os preços do petróleo poderão ultrapassar os US$ 90 o barril neste ano se aumentarem os ataques a navios no Mar Vermelho, de acordo com Jean Paul Prates, CEO da Petrobras (PETR4, PETR3).

A cotação está atualmente na faixa de US$ 76, segundo dados desta segunda-feira (29) no fim do dia.

“Temos uma passagem estreita muito frágil para o negócio de petróleo e gás”, disse Prates em entrevista à Bloomberg TV. “Ninguém prestou atenção nisso durante décadas. Temos o Iémen de um lado e a Somália do outro.”

A Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, não foi afetada pelos ataques porque não transporta muito petróleo por meio do Golfo Pérsico, disse Prates. Militantes Houthi têm como alvo navios mercantes em resposta à guerra Israel-Hamas em Gaza.

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“A Petrobras está bastante protegida”, disse Prates. “Não usamos o Canal de Suez, não usamos tanto o Golfo.”

Em outra frente, o governo brasileiro ajudará a mediar a disputa de fronteira entre Venezuela e Guiana, disse Prates. A Exxon Mobil fez uma série de descobertas de petróleo de vários bilhões de barris na área, e a Petrobras poderia investir em projetos petrolíferos em qualquer um dos países, disse ele.

Sem qualquer escalada das tensões, o petróleo deverá continuar a ser negociado entre US$ 70 e US$ 90 neste ano, disse Prates.

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