‘Canetas emagrecedoras’ made in Brazil da EMS chegam às farmácias a partir de R$ 307

Laboratório liderado por Carlos Sanchez distribui 150 mil canetas de Olire e Lirux, para tratamento de obesidade e diabetes tipo 2, respectivamente, no primeiro lote que o varejo começa a vender na próxima segunda-feira (4) nas regiões Sudeste e Sul

Canetas emagrecedoras da EMS começam a ser vendidas em redes de farmácias como a Droga Raia (foto), Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco
31 de Julho, 2025 | 08:51 PM

Bloomberg Línea — O mercado de “canetas para perda de peso e diabetes tipo 2” ganha oficialmente um concorrente nacional a partir da próxima segunda-feira (4), com a chegada às fármacias do primeiro medicamento fabricado integralmente no país com o princípio ativo da liraglutida, da EMS.

Essa categoria de medicamento se popularizou nos últimos anos graças a marcas como Ozempic (semaglutida) e Wegovy (semaglutida), ambas da dinamarquesa Novo Nordisk, e Mounjaro (tirzepatida), da americana Eli Lilly.

PUBLICIDADE

A patente do Saxenda (liraglutida), da Novo Nordisk, expirou no ano passado.

A EMS, um dos maiores laboratórios farmacêuticos do país, colocará no mercado um lote inicial de 150 mil canetas (100 mil de Olire, para obesidade, e 50 mil de Lirux, para diabetes tipo 2), segundo comunicado nesta quinta-feira (31).

Droga Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco são as primeiras redes de farmácias a receberem os medicamentos.

PUBLICIDADE

Leia mais: Mais potente que Mounjaro? Retatrutida é novo alvo de mercado clandestino no Brasil

A distribuição terá início pelas regiões Sul e Sudeste, com os produtos já posicionados nos centros de distribuição das redes parceiras.

Segundo a EMS, a venda ocorrerá tanto nos sites quanto em lojas físicas selecionadas, com expansão gradual para outras regiões nas próximas semanas.

PUBLICIDADE

Até o final de 2025, a empresa planeja disponibilizar 250 mil unidades no varejo, com a meta de alcançar 500 mil canetas até agosto de 2026.

A companhia disse que realizou um investimento superior a R$ 1 bilhão para viabilizar a produção nacional das canetas. No ano passado, a EMS inaugurou a primeira fábrica de peptídeos do país, em Hortolândia, no interior paulista.

Leia mais: Fabricante de Ozempic e Wegovy reduz preços no Brasil após chegada do Mounjaro

PUBLICIDADE

A unidade fabril tem capacidade inicial para produzir 20 milhões de canetas injetáveis anuais, com flexibilidade para dobrar a produção para 40 milhões de unidades se necessário, segundo a EMS.

O laboratório promete lançar a semaglutida (princípio ativo do Ozempic, da Novo Nordisk) em 2026, após o vencimento da patente no país.

A companhia estima gerar cerca de US$ 2 bilhões em receita no exterior e outros US$ 2 bilhões no mercado brasileiro em até oito anos.

“Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e competitividade global”, disse Carlos Sanchez, CEO da EMS, em nota.

A caneta Olire é indicada para o tratamento da obesidade, enquanto a Lirux atende ao controle do diabetes tipo 2.

A EMS sugeriu ao varejo os seguintes preços: a partir de R$ 307,26 para embalagens com uma caneta (Olire ou Lirux). Caixa com duas canetas de Lirux custará 507,07, enquanto a com três canetas de Olire terá preço de R$ 760,61.

A exemplo do Ozempic e do Mounjaro, o paciente conseguirá desconto no caso de cadastramento em programa da farmacêutica. O EMS Saúde (Vida + Leve) oferece 10% de desconto na compra das duas canetas.

A liraglutida é descrita como uma molécula da classe dos análogos de GLP-1 (hormônio produzido no intestino) com efeito de controle do peso, da glicemia e da saúde cardiovascular, voltada para pacientes com obesidade e diabetes tipo 2.

Leia também

Na Ambev, avanço maior em cerveja premium e zero álcool ameniza queda em volumes

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.