Boeing vai se declarar culpada de fraude em violar acordo sobre acidentes do 737 MAX

Segundo documento na Justiça dos EUA, fabricante de aviões chegou a acordo em que admite que enganou a inspeção de segurança e se a sujeitará a multa de até US$ 488 milhões

RENTON, WA - MARCH 14: An employee works on the fuselage of a Boeing 737 MAX 9 test plane. outside the company's factory, on March 14, 2019 in Renton, Washington. The 737 MAX, Boeing's newest model, has been been grounded by aviation authorities throughout the world after the crash of an Ethiopian Airlines 737 MAX 8 on March 10. (Photo by Stephen Brashear/Getty Images) Photographer: Stephen Brashear/Getty Images
Por Chris Strohm - Julie Johnsson - Allyson Versprille
08 de Julho, 2024 | 08:05 AM

Bloomberg — A Boeing vai se declarar culpada de conspiração criminosa em conexão com dois acidentes fatais de seu jato 737 MAX, em um acordo que mancha a reputação da fabricante de aviões dos Estados Unidos como criminosa, mas evita uma ação judicial enquanto tenta se recuperar de múltiplas crises.

Sob o acordo com os promotores dos EUA, em petição na noite de domingo (7), a Boeing enfrenta sofrer uma multa criminal de até US$ 487,2 milhões - o valor máximo permitido por lei -, embora a pena real ainda tenha que ser determinada por um juiz, de acordo com o Departamento de Justiça (DOJ).

O DOJ pediu ao juiz que a Boeing tenha um crédito pela multa anterior que pagou, o que reduziria a nova penalidade para US$ 243,6 milhões, se isso for aprovado.

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A empresa instalará um programa de monitoramento corporativo e será obrigada a gastar pelo menos US$ 455 milhões para reforçar seus programas de conformidade e segurança nos próximos três anos como parte do acordo, que requer aprovação judicial. Ela também estará sujeita a um período de liberdade condicional supervisionada pelo tribunal.

A confissão de culpa de que enganou deliberadamente a inspeção federal de segurança marca um ponto baixo na história centenária da empresa após anos de turbulência provocada por dois acidentes de seu 737 Max em 2018 e 2019 que mataram 346 pessoas.

O acordo também tem o potencial de complicar a interação da Boeing com o governo como um importante contratante de defesa e fabricante da aeronave presidencial, embora a empresa provavelmente busque uma dispensa ou reversão que lhe permita continuar a fazer negócios nessas áreas.

Por outro lado, o acordo poupa a Boeing de um julgamento criminal em um momento em que suas finanças estão em desordem e sua liderança está em situação precária.

A empresa americana tem estado em modo de crise nos últimos seis meses após um acidente quase catastrófico em janeiro, que desencadeou a reação em cadeia que levou à confissão de culpa da empresa.

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O Departamento de Justiça determinou em maio que a Boeing violou um acordo de acusação adiada de 2021 relacionado aos acidentes, que foi firmado nos últimos dias da administração de Donald Trump. Isso ocorreu após a explosão de um painel da fuselagem em um 737 MAX 9 em 5 de janeiro em voo da Alaska Air, poucos dias antes de o acordo expirar.

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O DOJ concluiu posteriormente que a Boeing não cumpriu a exigência desse acordo de implementar um programa de conformidade eficaz para prevenir e detectar violações das leis de fraude dos EUA.

O governo dos EUA e a Boeing ainda estão finalizando o pacto e esperam apresentar o acordo final de confissão de culpa até 19 de julho.

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