Schmid, do Fed, pede paciência com corte de juros enquanto inflação persiste

Jeffrey R. Schmid, presidente do Fed Bank de Kansas City, pode se tornar um dos membros mais agressivos do banco central americano

Jeffrey Schmid, presidente do Fed Bank de Kansas City
Por Steve Matthews
27 de Fevereiro, 2024 | 09:50 AM

Bloomberg — O presidente do Federal Reserve Bank de Kansas City, Jeffrey R. Schmid, disse que o banco central dos Estados Unidos deve ser paciente ao reduzir as taxas de juros com a inflação acima da meta de 2% e com um mercado de trabalho ainda forte.

Em seu primeiro grande discurso desde que assumiu o cargo há seis meses, Schmid também disse que não tem pressa em interromper a redução em curso do balanço do Fed.

“Com a inflação acima da meta, o mercado de trabalho apertado e a demanda mostrando considerável momentum, minha visão pessoal é de que não há necessidade de ajustar preventivamente a postura da política”, disse ele em declarações na segunda-feira (26) durante um evento em Oklahoma City, Oklahoma.

“Acredito que a melhor ação a se tomar é ser paciente, continuar observando como a economia responde ao aperto da política monetária que ocorreu e aguardar evidências convincentes de que a luta contra a inflação foi vencida.”

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Schmid foi nomeado para liderar o Fed de Kansas City em agosto passado. O ex-presidente e diretor executivo da Southwestern Graduate School of Banking Foundation na Cox School of Business da Southern Methodist University era um banqueiro antigo e atuou na regulamentação de bancos.

O destaque dado pelo novo presidente à queda da inflação sugere que ele pode se tornar um dos membros mais agressivos do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), seguindo a linha dos dois últimos presidentes do banco, ambos vistos várias vezes como “hawkish” (isto é, favorável a juros mais altos).

Os formuladores de políticas monetárias votaram unanimemente para deixar as taxas de juros inalteradas no intervalo de 5,25% a 5,5% no mês passado, e o presidente Jerome Powell e outros funcionários do Fed sinalizaram que um corte nas taxas em março é improvável.

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“Quando falamos sobre uma inflação muito alta, acredito que ainda não saímos da zona de perigo”, disse Schmid. “A queda da inflação tem sido amplamente impulsionada pela redução da energia e pela inflação de preços de bens, à medida que os mercados de petróleo se reequilibraram e as cadeias de suprimentos se recuperaram.”

Durante discurso em Oklahoma City, Schmid disse que um mercado de trabalho moderado, com crescimento salarial mais fraco, provavelmente será necessário para restaurar a estabilidade de preços no setor de serviços.

Schmid também disse que não está com pressa de interromper a redução em andamento no tamanho do balanço do Fed e destacou os riscos de ter uma grande carteira de ativos. Isso poderia sugerir que a política monetária e fiscal estão interligadas e potencialmente ameaçar a independência do Fed, disse ele.

"Depois que uma crise passar, deve ser uma prioridade do Fed reduzir seu balanço e diminuir sua presença nos mercados financeiros", disse ele.

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