EUA podem continuar a crescer mesmo com impacto adverso da China, diz El-Erian

Para um dos mais respeitados economistas do mercado, principal conselheiro da Allianz, resiliência demonstrada até aqui pela economia americana é a ‘notícia do ano’

Mohamed El-Erian, chief economic advisor for Allianz SE, speaks during Bloomberg's fourth-annual Year Ahead Summit in New York
Por Vildana Hajric e Jonathan Ferro
18 de Agosto, 2023 | 03:35 PM

Bloomberg — Os Estados Unidos podem continuar a crescer mesmo com a escalada de preocupações com a economia chinesa, segundo Mohamed El-Erian.

“A China virou um obstáculo ao crescimento global”, disse El-Erian, Chief Economic Advisor da Allianz, ex-CEO da Pimco e colunista da Bloomberg Opinion, em entrevista na Bloomberg TV.

“Os EUA têm o privilégio de ser uma economia grande, relativamente fechada, bem diversificada, empreendedora. Então, sim, poderíamos” continuar a ver força.

“Essa tem sido a notícia do ano: que os EUA continuaram indo bem e estão acelerando, embora o resto do mundo esteja” lento, disse o economista doutorado em Oxford e um dos mais respeitados nos mercados de capitais globais.

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Dados recentes sinalizaram que a economia dos EUA continua robusta. As vendas no varejo subiram mais do que o esperado em julho, e as leituras dos meses anteriores foram revisadas para cima. Alguns analistas argumentam que essa força pode levar o crescimento econômico a acelerar no terceiro trimestre.

Por outro lado, dados chineses recentes apontam para gastos do consumidor fracos, contração das exportações e agravamento da crise imobiliária.

O presidente Joe Biden neste mês chamou os problemas econômicos da China de “bomba-relógio.”

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A ações americanas caem nas últimas semanas em meio a preocupações com as perspectivas da China e com a hipótese de que o Federal Reserve possa manter os juros em patamares elevados por mais tempo.

O índice S&P 500 está a caminho de seu pior desempenho semanal desde março, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos estão testando máximas de vários anos - se aproximam do maior patamar em 15 anos.

El-Erian disse que o mercado exagerou “no romance com a narrativa de soft landing. Foi longe demais, tanto no lado dos títulos quanto no lado das ações. Então, vejo isso como um ajuste após um mês de romance excessivo com o soft landing.”

- Com a colaboração de Reade Pickert, Augusta Saraiva e Sarina Yoo “Kyungjin”.

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