Bloomberg — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que concorrerá à reeleição no ano que vem, desde que continue saudável, prometendo impedir que a extrema-direita retome o poder no país.
Se for bem-sucedido na votação de 2026, Lula garantirá um quarto mandato sem precedentes como presidente.
“Se eu estiver tão saudável na eleição como hoje, com a vontade que eu tenho, serei um candidato que pode vencer”, disse Lula durante uma entrevista em um podcast com o rapper Mano Brown.
“Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema-direita não vai voltar a governar esse país.”
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Lula, de 79 anos, observou que o campo da oposição procura seus próprios candidatos e criticou adversários em potencial, incluindo o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula derrotou Bolsonaro por uma margem apertada de 50,90% a 49,10% nas eleições de 2022.
No mês passado, Tarcísio de Freitas visitou Nova York, onde discutiu o cenário fiscal e político do Brasil, deixando a impressão entre os executivos de que ele é um candidato em potencial para o cargo principal, conforme relatado pela Bloomberg.
O presidente Lula também mencionou na entrevista outros governadores, como Ronaldo Caiado, de Goiás, Ratinho Junior, do Paraná, e Romeu Zema, de Minas Gerais, como possíveis adversários.
“Eles podem procurar quem eles quiserem”, disse Lula, acrescentando que qualquer adversário teria que trabalhar mais do que ele.
Esse rival “vai ter que andar mais nas ruas do que eu, fazer mais discursos do que eu, falar mais com o povo do que eu”, disse Lula. “E eu duvido que qualquer um deles consiga fazer isso”.
Congresso e impostos
À medida que as tensões entre o Congresso e o governo Lula aumentaram nesta semana, o presidente apontou a “imensa dificuldade” de fazer com que os legisladores aprovem seus planos devido, em parte, ao fato de seu Partido dos Trabalhadores não ter maioria em ambas as câmaras.
“Tenho que fazer alianças políticas”, disse Lula. “Caso contrário, não poderei dirigir o governo”.
Na segunda-feira, a Câmara dos Deputados desferiu um golpe nos planos de Lula de aumentar as receitas, pois os legisladores apresentaram um pedido urgente para anular um decreto que aumentou o IOF sobre algumas transações financeiras. A medida abre a porta para a votação em plenário de uma proposta para cancelar a medida.
Os aumentos nos impostos têm sido usados como uma forma de o governo reforçar seu orçamento, mas também têm atraído críticas dos legisladores que pediram cortes nos gastos para resolver problemas estruturais do orçamento.
Lula minimizou os impactos negativos da proposta de aumento do IOF e criticou as isenções fiscais para algumas empresas, que, segundo ele, somam R$ 800 bilhões e prejudicam o orçamento.
Ele também disse que acredita que o Congresso aprovará sua proposta de isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até 5.000 reais, com a medida prevista para entrar em vigor no próximo ano.
“Queremos justiça tributária”, disse Lula. “Queremos que aqueles que ganham menos paguem menos, e aqueles que ganham mais paguem mais.”
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