Bloomberg Línea — A morte da turista brasileira Juliana Marins depois de ficar dias isolada e sem mantimentos em uma trilha para um vulcão na Indonésia se tornou notícia em diferentes partes do mundo e levantou a questão sobre os perigos de tais passeios, sem contar o ponto sobre o resgate da autoridades.
Viagens que incluem trilhas pela natureza, para destinos de montanha ou de florestas ou mesmo de vulcões, como foi o caso de Juliana no Monte Rinjani, são passeios populares que atraem milhares de pessoas todos os anos.
A família de Juliana, 26 anos, não informou se ela tinha contratado um seguro viagem ou um seguro específico que cobrisse acidentes como o que acabou acontecendo. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Segundo empresas especializadas, existem apólices de diferentes tipos, com distintas previsões de cobertura em caso de acidentes com ferimentos ou até mortes, e isso precisa ser avaliado sempre na hora de contratação.
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Segundo a Porto, uma das maiores seguradoras do país, “os planos cobrem as práticas de atividades de aventura e radicais desde que sejam consideradas esportivas por associações, federações ou comitês e executadas com a utilização de equipamentos de segurança, habilitação específica, devidamente certificada ou demais cuidados necessários”, explica a empresa em seu site.
Há outros condicionantes, segundo a Porto: “são cobertos somente esportes praticados de forma amadora e sem remuneração”.
A seguradora explica em seu site que esportes radicais como escalada, rafting e paraquedismo envolvem um risco maior de acidentes graves, que podem exigir atendimento médico especializado, remoções aéreas e até repatriações (quando é necessário retornar ao país de origem em uma emergência).
Mortes causadas por quedas em parques nacionais não são exatamente um evento raro. Dados do National Park Service dos Estados Unidos apontam que houve 2.149 mortes no período entre 2014 e 2019, das quais cerca de um décimo - 205 no número exato - teve uma queda como causa do óbito.
As duas maiores causas foram acidentes de veículos a motor e afogamentos.
Apólices tradicionais de seguro viagem em geral incluem cláusulas que podem ou não excluir a prática de esportes como eventos que não são cobertos, se categorizados como ocorrências em situações não obrigatórias.
Em casos assim, a cobertura pode incluir pelo menos o traslado do corpo de volta para o Brasil ou o país de origem, com reembolso de determinados valores.
Trilhas ou escaladas em montanhas e montes acima de determinadas altitudes, como 2.000 m, também podem exigir a contratação de apólices específicas, dado que os riscos aumentam, de deslizamentos a impactos do ar rarafeito.
O Monte Rinjani, onde ocorreu o acidente da turista brasileira que levou à sua morte, tem pouco mais de 3.700 metros de altura e abriga um vulcão.
O que disseram os parentes
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz comunicado da família no perfil do Instagram chamado Resgate Juliana Marins, criado por parentes para divulgar notícias sobre a jovem.
-- Com informações da Agência Brasil.