Artistas brasileiros e latinos são destaque em festival de música do SXSW

Marcelo D2, Glue Trip e Tagua Tagua são alguns dos músicos e bandas do Brasil com apresentações em Austin; mexicano Peso Pluma também é esperado

Centro de exposições que abriga o SXSW (South by Southwest) em Austin, um dos maiores eventos de inovação do mundo (Foto: Bloomberg Línea)
12 de Março, 2024 | 11:43 PM

Bloomberg Línea — O festival de música no South by Southwest (SXSW) em Austin, nos Estados Unidos, tem entre os destaques alguns artistas brasileiros e latino-americanos neste ano. Nesta terça-feira (12), por exemplo, eram esperadas as apresentações dos artistas brasileiros Marcelo D2, Glue Trip e Tagua Tagua.

A música é a origem do South by Southwest, que começou em 1987 como um festival para apresentar a cena musical de Austin para profissionais da indústria. Nos anos 1990, o encontro anual começou a incluir eventos sobre de tecnologia e inovação, inicialmente para discutir temas ligados ao entretenimento digital e à mídia interativa.

Na quarta-feira (13), o mexicano Peso Pluma vai se apresentar em show conjunto produzido pela Rolling Stone com o SXSW.

Peso Pluma, cujo nome verdadeiro é Hassan Emilio Kabande Laija, ganhou fama nos últimos anos com sua música regional mexicana e os chamados “corridos”, assumindo as posições de músicas mais ouvidas no Spotify.

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Um estudo recente da London School of Economics (LSE) mostrou que na Europa há a tendência de artistas que cantam na língua nativa aparecendo nos rankings de mais ouvidos, que antes eram dominadas apenas por artistas que cantam em inglês e na América Latina não é diferente.

Faixas em espanhol de artistas como o porto-riquenho Bad Bunny e Eslabon Armado estão ultrapassando fronteiras e sendo as mais ouvidas pelo mundo.

Um painel realizado nesta terça-feira (12) debateu a popularização global de artistas que cantam em seus idiomas locais.

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Cris Falcão, general manager para a América Latina do grupo Virgin Music, disse acreditar que os vídeos curtos ajudaram muito a popularização da música latina. “É a forma como a nova geração está consumindo músicas”, disse.

Mas, para os painelistas, o idioma ainda é uma barreira para o Brasil - o que para os países hispânicos já não é mais.

“Anitta teve que cantar em espanhol para conseguir entrar no top global. É diferente de Portugal, que as músicas brasileiras estão sempre entre as mais ouvidas”, disse Falcão.

Para Pedro Kurtz, chefe de música da América Latina para o Deezer, agora os artistas brasileiros estão acreditando que ir para o exterior já é possível. Ele citou os casos de Anitta e de Luísa Sonza, que agora tem acrescentado partes em inglês em suas músicas de olho na internacionalização.

Já Sandra Jimenez, chefe de música da América Latina no YouTube, disse que a ascensão da música latina tem a ver com o senso de comunidade, como os latinos que vivem nos Estados Unidos que “sentem falta de casa”.

Embate com o governador do Texas

Em paralelo à apresentação de artistas da América Latina, um tema gerou controvérsia no início do festival de música do SXSW.

Artistas como Kneecap, Lambrini Girls, Scowl, Gel, Okay Shalom, Squirrel Flower e Sprints cancelaram suas apresentações na conferência para protestar contra o Exército dos EUA, um dos patrocinadores do evento.

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O governador do Texas, Greg Abbott, do Partido Republicano, reagiu. Em mensagem nas redes sociais, o político, que está em seu terceiro mandato, afirmou que bandas que deixaram de se apresentar no SXSW “não voltem mais”.

“Adeus. Não voltem. Austin segue sendo a sede do comando do Exército do futuro. San Antonio é a cidade militar dos Estados Unidos. Estamos orgulhosos do Exército dos EUA no Texas. Se você não gosta, não venha para cá”, publicou Abbott no X (ex-Twitter).

No fim de fevereiro, o ex-presidente Donald Trump afirmou em entrevista à Fox News que Abbott “absolutamente” estava na sua lista final de potenciais candidatos a vice-presidente para a campanha de 2024.

O governador do Texas negou que tenha interesse em ser candidato a vice de Trump. Ele respondeu publicamente afirmando que estava focado em governar o estado e na sua própria campanha à reeleição. O Texas permite reeleições ilimitadas de governadores. A próxima disputa ocorre em 2026.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups