Gestora suíça Vontobel reduz a posição na China e eleva a aposta no Brasil

Gestora com US$ 310 bi em ativos decidiu realocar o capital antes investido em ações da China e de Hong Kong para papéis de Brasil, México e Índia; RaiaDrogasil e Totvs estão entre as apostas

A logo sits on a sign outside the Vontobel Holding AG headquarters in Zurich, Switzerland, on Thursday, March 10, 2016. The Swiss economy returned to growth at the end of last year as it fought off the impact of a currency shock that had threatened to push the country into a recession. Photographer: Michele Limina/Bloomberg
Por Srinivasan Sivabalan
30 de Janeiro, 2024 | 01:43 PM

Bloomberg — A gigante de investimentos suíça Vontobel decidiu reduzir sua posição em ações chinesas para liberar recursos para apostas consideradas mais atraentes como o Brasil.

A gestora com cerca de US$ 310 bilhões em ativos fez um corte profundo em sua ponderação para ações chinesas e está realocando capital para Brasil, México e Índia, disse o estrategista Ramiz Chelat.

Esses mercados emergentes oferecem algo cada vez mais escasso na China: empresas com crescimento de lucros e margens. Suas apostas incluem RaiaDrogasil (RADL3) e Totvs (TOTS3).

A mudança ocorre em um momento em que os analistas de renda variável continuam a cortar suas previsões de lucros para o mercado chinês.

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A desaceleração da segunda maior economia do mundo, sua crescente crise imobiliária e tensões geopolíticas com o Ocidente contribuem para minar a confiança dos investidores.

“Estamos pegando parte do capital que costumávamos alocar em China e realocando para Brasil, México e Índia”, disse Chelat. “Estes países oferecem uma seleção de empresas atraentes que recebem revisões para cima. Na China, estamos assistindo o contrário: rebaixamentos.”

A Vontobel reduziu a ponderação para ações da China e de Hong Kong para 19% em seu portfólio de mercados emergentes, de US$ 2,2 bilhões, ante 36% há um ano, disse Chelat.

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Isso representa uma posição subponderada (underweight) em 7,45 pontos percentuais em relação ao índice de referência, e reverte uma sobreponderação (overweight) de 3,38 pontos percentuais, disse ele.

A Vontobel está especialmente otimista em relação às ações brasileiras e duplicou sua exposição ao país nos últimos 12 meses.

A casa investiu em Raia Drogasil, apostando que a rede de drogarias terá crescimento suficiente para dobrar sua participação de mercado para 30% nos próximos 10 anos.

“A empresa possui a melhor malha logística do segmento e é uma aposta no setor defensivo, já que o Brasil tem uma população que envelhece. Mas também é uma empresa em crescimento, pois está fazendo a transição com sucesso para um modelo de comércio eletrônico”, disse ele.

O fundo de Chelat também comprou ações da empresa de software Totvs. Seu nível de customização para empresas brasileiras a coloca à frente de concorrentes globais, disse ele.

A flexibilização monetária também poderá criar oportunidades para comprar papéis de bancos, disse ele.

Sua equipe procura “empresas de alta qualidade e posições de mercado muito fortes”, disse Chelat. “Esses países oferecem isso. Mas na China há um excesso de capacidade que realmente me preocupa.”

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