Bloomberg — Embora a expectativa seja de uma desaceleração do índice de preços preferido do Federal Reserve (Fed) em dezembro, para o menor nível em mais de um ano, o patamar pode ainda não ser o suficiente para justificar uma pausa na alta de juros dos Estados Unidos.
Os economistas projetam um aumento anual de 5% no deflator de despesas com consumo pessoal (PCE), que será divulgado nesta sexta-feira (27), e de 4,4% para o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia. Ambos seriam os menores avanços desde o final de 2021.
Esses números seriam consistentes com as previsões de redução do aperto monetário do Fed na próxima semana, para um movimento de 0,25 ponto percentual em 1º de fevereiro. Mas a inflação permanece bem acima de sua meta de 2%, e o mercado de trabalho ainda apertado arrisca manter esse índice elevado.
O modelo do BC americano parece ter incorporado uma “desaceleração dos aumentos de juros para um ritmo de 0,25 ponto por reunião daqui para frente”, disse Blerina Uruci, economista-chefe para EUA da T. Rowe Price Associates. “O número do PCE não deve mudar muito essa trajetória, principalmente porque segue alguns meses de dados de inflação mais frios.”
Os economistas também ficarão de olho na estimativa inicial do governo para o PIB do quarto trimestre nesta quinta-feira (26), que também inclui o PCE e outras métricas de inflação.
No mês passado, os dirigentes do Fed elevaram sua estimativa para o núcleo do PCE em 2022 para cerca de 4,8%, contra 4,5% em setembro. Para que a previsão do Fed se concretize, o número de dezembro teria que subir 0,38% na comparação mensal. A estimativa mediana dos economistas é de 0,3%, segundo levantamento da Bloomberg News.
Esse cenário sustenta o argumento do Fed de que as taxas de juros atingirão um pico em torno de 5,1% e permanecerão nesse patamar até 2023 – uma previsão que muitos economistas e investidores questionam. Outro indicador de inflação observado de perto, o índice de preços ao consumidor (CPI), vem desacelerando há meses, e as pressões salariais estão diminuindo.
-- Com a colaboração de Matthew Boesler e Chris Middleton.
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