Colapso de Wall St em 2022 expôs erros de visão de algumas estrelas do mercado

Marko Kolanovic, do JPMorgan, John Stoltzfus, do Oppenheimer, e Ken Leech, da Western Asset, apostavam em aumento gradual ou inexistente de juros pelo Fed

Wall Street tem ano de perdas abrangentes em classes de ativos como não se via desde a crise financeira de 2008
Por Ye Xie - Michael McKenzie - Emily Graffeo
29 de Dezembro, 2022 | 08:52 AM

Bloomberg — Marko Kolanovic e John Stoltzfus, dois ilustres entusiastas de ações de Wall Street, estavam convencidos de uma coisa no início de 2022: o Federal Reserve iria devagar, muito devagar, com seu plano de elevar os juros.

Não importava que a inflação já tivesse atingido seu nível mais alto em quatro décadas. Os aumentos de juros, disseram eles, ocorreriam em incrementos tão pequenos que os mercados financeiros mal sentiriam.

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E então Kolanovic, codiretor de pesquisa global do JPMorgan, previu uma ampla alta das ações americanas. Ele e sua equipe viam o índice S&P 500 a 5.050 pontos no final de 2022. Stoltzfus, estrategista-chefe de investimentos da Oppenheimer, foi ainda mais ousado: 5.330.

Eles erraram por mais de 1.000 pontos.

Os dois — personalidades de destaque em dois gigantes de Wall Street — estão entre várias das melhores e mais brilhantes mentes dos mercados de renda variável e fixa que falharam em avaliar como o surto de inflação derrubaria o mundo dos investimentos em 2022.

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Eles falharam em prever como o Fed reagiria — os aumentos de juros vieram em um ritmo agressivo, não moderado – e falharam em prever como isso, por sua vez, desencadearia a pior derrocada simultânea de ações e títulos nos EUA desde pelo menos a década de 1970.

Existem 865 fundos mútuos de ações de gestão ativa nos EUA com pelo menos US$ 1 bilhão em recursos cada. Em média, eles perderam 19% em 2022. Os fundos alavancados focados em ações também foram castigados.

Do lado dos títulos - um universo de 200 fundos de tamanho semelhante -, a queda média foi de 12%. A maioria deles se saiu pior do que os índices que usam como referência. Entre eles, destacava-se o maior fundo mútuo da Western Asset Management: o Core Plus Bond Fund.

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Ken Leech, diretor de investimentos da gestora, estava, assim como Kolanovic e Stoltzfus, convencido de que o Fed não estava com pressa.

No final de 2021, ele previu que talvez não houvesse nenhum aumento de juros em 2022. O fundo, uma potência de US$ 27 bilhões, perdeu 18%. Ele teve um desempenho inferior a 99% dos fundos comparáveis.

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