Mercados ampliam ganhos com quarentena menor na China e visão de Fed mais suave

Investidores reforçam o apetite por risco após sinais de reabertura da China e perspectiva de alta de juros mais moderada nos EUA

Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Por Bianca Ribeiro
11 de Novembro, 2022 | 06:50 AM

Barcelona, Espanha — O clima de euforia dá sequência a um rali global no mercado financeiro. Sinais de flexibilização da política Covid Zero na China trazem ainda mais combustível para a valorização dos ativos, que é impulsionada desde ontem pela desaceleração da inflação nos Estados Unidos. O indicador trouxe a variação mais baixa desde janeiro e dá aos investidores a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) poderia reduzir o ritmo de alta de juros no país nas próximas reuniões.

→ O que move os mercados hoje

📉 Inflação reduz passo. Vários dirigentes do Fed falaram na quinta-feira e trouxeram um vocabulário mais suave após o IPC mostrar desaceleração da inflação. Os discursos mostraram alívio com o indicador e indicaram moderação, embora tenham reforçado o compromisso do Fed de devolver a inflação à meta. O mercado está mais confiante de que a taxa de juros poderá subir a um ritmo menor a partir da próxima reunião do banco central, de 0,50 ponto porcentual, chegando a 4,8% no próximo ano.

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→ Leia também o Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea: Faria Lima direciona o foco à gestão fiscal

😷 China pode reabrir? A flexibilização da política Covid Zero na China foi tratada em público pela primeira vez por líderes chineses, que pediram às autoridades do país que tenham uma abordagem mais direcionada nos controles. Pequim reduziu para cinco dias o tempo necessário de quarentena para viajantes e contatos próximos, atitude vista pelos investidores como um primeiro passo para a desescalada da política restritiva. As cotações das commodities reagem com alta ante a possibilidade de reabertura.

🇬🇧 Reino Unido se retrai. O PIB do Reino Unido caiu -0,2% no terceiro trimestre, marcando o início do que se espera ser uma longa recessão no país. Embora o recuo tenha sido menos intenso do que a previsão (-0,5%), foi a primeira retração desde o primeiro trimestre de 2021 e os investidores olham o cenário com preocupação enquanto esperam pelo pacote fiscal do governo, que será anunciado no dia 17.

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Os mercados esta manhã
🟢 As bolsas ontem (10): Dow Jones Industrials (+3,70%), S&P 500 (+5,54%), Nasdaq Composite (+7,35%), Stoxx 600 (+2,75%), Ibovespa (-3,35%)

As bolsas de valores dos EUA fecharam com forte alta ante o aumento da perspectiva de que o Fed possa calibrar sua política de aperto monetária a partir de dezembro. Os mercados reagiram com força após o indicador de inflação norte-americana de outubro mostrar uma taxa de 7,7%, a mais baixa desde janeiro. Mais de 90% das ações do S&P 500 terminaram o dia no azul. No Brasil, os investidores reagiram com preocupação ao pronunciamento de Lula, colocando em dúvida o rigor fiscal do próximo governo.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Sentimento do Consumidor e de Inflação da Universidade de Michigan/Nov

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Europa: Zona do Euro (Projeções Econômicas); Reino Unidos (PIB 3T22); Alemanha (IPC/Out); Portugal (IPC/Out)

Asia: Hong kong (PIB 3T22)

América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Set); México (Produção Industrial/Set)

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Bancos centrais: Discursos de Luis de Guindos, Fabio Panetta e Philip Lane (BCE), Silvana Tenreyro (BoE), Joachim Nagel (Bundesbank)

Balanços: SoftBank, Toshiba Cosan

📌 Para segunda-feira:

• EUA (Relatório Mensal da OPEP, Expectativa de Inflação ao Consumidor-FedNY) Zona do Euro (Produção Industrial/Set); Japão (PIB 3T22); China (Produção Industrial/Out, Vendas no Varejo/Out, Investimento em Ativos Fixos/Out); Brasil (IBC-Br/Set); Balanços (Mitsubishi, Sumitomo, Mizuho, Tyson Foods, Nubank, BuzzFeed, Gafisa)

(Com informações da Bloomberg News)

Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.