O day after da Super Quarta e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quinta-feira (22)

Federal Reserve, dos EUA, está disposto a reduzir a inflação, ainda que isso afete o crescimento da economia
22 de Setembro, 2022 | 09:50 AM

Leia esta notícia em

Espanhol

Bloomberg Línea — O dia começa marcado por decisões importantes dos bancos centrais do Japão, Turquia, Inglaterra e África do Sul, na esteira das decisões de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve, dos Estados Unidos, no dia anterior.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quinta-feira (22):

1. O day after

O Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, em um movimento era esperado pela maioria dos economistas. Sobre as próximas reuniões, o Copom, Comitê de Política Monetária, reforçou que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Mais cedo ontem, o Federal Reserve, dos EUA, elevou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual para o intervalo de 3% a 3,25%, em linha com as expectativas do mercado e também a terceira alta consecutiva. O presidente do Fed, Jerome Powell, que o Fomc, o comitê de política monetária, “está fortemente decidido a reduzir a inflação” e que, para isso, “serão necessários uma flexibilização do mercado de trabalho e um crescimento econômico abaixo da atual tendência”.

PUBLICIDADE

2. O alerta do Reino Unido

Em decisão dividida entre os membros, o Banco da Inglaterra (BOE) aumentou a taxa básica de juros de 1,75% para 2,25%, o segundo aumento consecutivo de meio ponto como parte dos esforços para reduzir a inflação. O comitê afirmou que “responderá com força conforme necessário” se as pressões inflacionárias parecerem mais persistentes.

Embora o BOE tenha cortado a projeção do pico de inflação para outubro, o banco ainda espera que os níveis permaneçam acima de 10% por alguns meses. As autoridades também projetaram uma recessão técnica no segundo e terceiro trimestres de 2022, com a economia sofrendo também com os feriados extras para o funeral da rainha Elizabeth II.

3. Mercados

Os futuros das bolsas americanas oscilam nesta manhã, enquanto os investidores digerem o anúncio de um novo aumento da taxa de juros do Federal Reserve que, conforme o esperado, cumpriu com a expectativa de alta de 0,75 ponto percentual dos juros, para um intervalo de 3% a 3,25%. Foi o terceiro aumento consecutivo nessa proporção, o que se traduz na política monetária mais agressiva desde a década de 1980.

PUBLICIDADE

O Dow Jones futuro subia 0,28% perto das 9h10, já o S&P virou e passou a subir 0,19% no mesmo horário, assim como Nasdaq, alta de 0,06%. Na contramão e depois da decisão de juros do Banco da Inglaterra, as ações europeias caíam, com o FTSE de Londres registrando queda de 0,27%, e o Stoxx600, de 0,94%. Na contramão, o Ibovespa futuro sobe 0,96% no mesmo horário, enquanto o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, subia 0,12%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Candidatos usam verba pública para bancar salário de até R$ 80 mil a cabos eleitorais
  • Folha de S. Paulo: Lula e Bolsonaro focam economia e ignoram corrupção no YouTube
  • O Globo: Convocação de artistas, dosagem de ataques e batalha contra voto útil: presidenciáveis ajustam estratégias na reta final
  • Valor: Ação de bancos centrais no Brasil e nos EUA deve frear atividade econômica

5. Agenda

A quinta-feira tem uma agenda de indicadores mais vazia aqui no Brasil, mas começa marcada por decisões e anúncios importantes dos bancos centrais do Japão, Turquia, Inglaterra e África do Sul.

Na Zona do Euro, saem ainda nesta manhã os números de confiança do consumidor. Já nos Estados Unidos, os destaques são os pedidos de seguro desemprego, transações correntes do segundo semestre do ano, índice de indicadores antecedentes de agosto, índice de atividade industrial do Fed de Kansas de setembro e os estoques de gás natural.

E também...

Os preços do petróleo sobem nesta manhã, com as preocupações de uma oferta ainda mais apertada no inverno do hemisfério norte ofuscando os temores de uma recessão global.

Dados dos últimos dias mostraram que os sinais de uma desaceleração econômica estão aumentando, com a demanda por gasolina e diesel nos Estados Unidos chegando aos níveis sazonais mais baixos em mais de uma década. Às 8h40 de hoje, o petróleo tipo Brent subia 1,26%, a US$ 90,98 o barril, enquanto o WTI subia 1,39%, a US$ 84,09 o barril.

- Com informações da Bloomberg News

Leia também

Mercados cautelosos e erráticos após alta dos juros pelo Fed

Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.