As falas de Campos Neto e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta terça-feira (6)

Autarquia não pensa em uma queda de juros neste momento
06 de Setembro, 2022 | 09:37 AM

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Bloomberg Línea — Os futuros americanos subiam nesta manhã depois do feriado de ontem nos Estados Unidos. Na Europa, os países fazem uma verdadeira força-tarefa para combater a crise energética, e os principais índices sobem com a cautela em alta. Por aqui, o dia começa com uma amostra do mercado de trabalho em agosto, e as repercussões das falas do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sobre “um possível ajuste final” da taxa Selic na próxima reunião do Copom.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta terça-feira (6):

1. Mercado de trabalho

O FGV IBRE divulgou há pouco o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que mostrou alta em agosto depois de apresentar uma ligeira queda no mês anterior. De acordo com a divulgação de hoje, o índice subiu 1,2 ponto em agosto, a 82,3 pontos - o maior nível desde novembro do ano passado, quando chegou a 83,0 pontos.

Segundo o instituto, os números indicam continuidade da recuperação do mercado de trabalho porém “ainda é preciso cautela pelo patamar baixo que o indicador se encontra”, disse o economista do FGV IBRE Rodolpho Tobler, em nota, destacando que a sinalização para os próximos meses é positiva, e que o ritmo de recuperação até o final do ano vai depender do desempenho da economia.

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2. As falas de Campos Neto

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sinalizou na noite de segunda-feira (5) que a autarquia não pensa em uma queda de juros neste momento, e que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do mês de setembro segue em aberto, uma vez que há fatores de extrema preocupação no horizonte, e que a batalha contra a inflação ainda não está ganha.

“A gente entende que tem que passar mensagem dura. A mensagem de hoje é a mesma do último Copom”, disse, durante um evento em São Paulo, frisando que o colegiado vai avaliar “um possível ajuste final” da taxa Selic, hoje em 13,75%.

3. Mercados

Os futuros americanos subiam na manhã de hoje, tentando quebrar a sequência de 3 semanas de perdas depois do feriado de ontem nos EUA. Mas os investidores devem permanecer atentos enquanto aguardam os pronunciamentos dos dirigentes de autoridades monetárias, com destaque para o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e da decisão sobre juros do Banco Central Europeu (BCE), ambos na quinta-feira (8).

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O Dow Jones futuro sobe 0,54% às 8h50, em linha com o S&P, alta de 0,48%, e o Nasdaq futuro, que sobe 0,38%. Na Europa os mercados sobem, porém com maior cautela, enquanto os investidores avaliam o risco de uma recessão na região. O FTSE de Londres sobe 0,09%, e o Stoxx600 tem alta de 0,35%. Já o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, sobe 0,39% nesta manhã.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: STF teme ataque de ‘lobos solitários’ no 7 de Setembro e aumenta efetivo de segurança da Corte
  • Folha de S. Paulo: Caravanas bolsonaristas do 7 de setembro têm patrocínio de empresários e movimentos de direita
  • O Globo: Uso da imagem de Lula e Bolsonaro por candidatos é contestado na Justiça Eleitoral
  • Valor: Executivos premiados querem ver reformas e maior rigor fiscal

5. Agenda

A agenda local de indicadores está esvaziada hoje, com destaque apenas para o indicador antecedente de emprego, que voltou a subir em agosto. Nos EUA, serão divulgados ainda hoje os números do Índice de Gerente Compras (PMI) de serviços e do índice ISM de serviços de agosto, que mede a quantidade de atividade industrial, além índice de tendência de emprego relativo ao mesmo mês.

Na Europa os destaques do dia são os números das encomendas à indústria do mês de julho da Alemanha, e a confiança do consumidor da Espanha.

E também...

Os preços do petróleo caem nesta manhã, depois de uma alta expressiva na véspera. Ontem a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, concordaram em reduzir a produção em 100.000 barris por dia. Os investidores também monitoram os bloqueios relacionados ao coronavírus na China, o que reacende os temores de uma desaceleração global. Às 8h20 de hoje, o petróleo tipo Brent caía 3,09%, a US$ 92,81 o barril, enquanto o WTI recuava 0,53%, a US$ 86,47 o barril.

Enquanto isso, na Europa, os países promovem uma verdadeira força-tarefa contra o impacto da crise energética. A Suíça e a Finlândia se uniram à Alemanha para oferecer crédito às empresas de energia, já que o agravamento da crise de fornecimento e o aumento dos preços ameaçam criar um caos financeiro no continente.

- Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.