Fintech de Pix parcelado, Pagaleve capta US$ 25 mi com Salesforce Ventures

Série A representa a primeira startup do Brasil a receber investimento do braço de venture capital da gigante de software americana

A Pagaleve é uma empresa de BNPL. No Brasil, os sócios se referem ao modelo de negócio como “parcelamento inteligente”.
29 de Agosto, 2022 | 08:57 PM

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Bloomberg Línea — A fintech brasileira Pagaleve captou US$ 25 milhões (R$ 130 milhões) em uma rodada série A liderada pelo Salesforce Ventures, braço de investimento da empresa de software americana Salesforce. A startup é a primeira a receber investimento do Salesforce Ventures no Brasil.

Além do investimento em equity (em troca de participação acionária), a Pagaleve também fez outra captação com venture debt, um instrumento de dívida, liderado por um fundo americano. A startup não divulgou o montante ou a empresa que realizou o financiamento.

Henrique Weaver, CEO da Pagaleve, foi um dos líderes da Uber no Brasil, além de presidente da indiana Oyo, startup do setor de hotéis que tem investimentos do SoftBank, e também já trabalhou na Coca-Cola e na consultoria McKinsey.

Weaver fundou a empresa ao lado do CTO Michael Greer, que também atuou como diretor de tecnologia na Zip, unicórnio australiano de BNPL (Buy Now, Pay Later).

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A Pagaleve também é uma empresa de BNPL. No Brasil, os sócios se referem ao modelo de negócio como “parcelamento inteligente”.

A empresa oferece um meio de pagamento em parcelas para o varejo sem a necessidade de cartão de crédito e sem juros. A ideia é atingir três grupos principais de clientes: parte da população brasileira que ainda não tem cartão de crédito, aqueles que não têm limites disponíveis, e a geração Z que não gosta de usar cartão de crédito.

A plataforma oferece parcelas em até quatro vezes usando Pix para as transações.

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Hoje, a Pagaleve está integrada com APIs de e-commerce como a Vtex, Shopify e Nuvemshop, além de mais de 500 lojas varejistas.

Segundo Weaver, a análise de risco da Pagaleve dura menos de cinco segundos. Pelo modelo, o CEO garante que o varejista ganha mais dinheiro com aumento de receita e redução de custo de capital de fluxo de caixa.

“O cartão de crédito demora um mês para repassar uma das vendas. Pequenos e médios varejistas ficam com a corda no pescoço em relação ao caixa e têm que pagar um adicional de até 5% para antecipar recebível. Com a Pagaleve, o varejista recebe no dia seguinte da compra”, disse.

O fundador explica ainda que o sistema de análise de risco é a maior barreira de entrada para concorrentes que queiram ter negócios similares. A análise de risco é feita para cada compra.

“Construímos nosso motor (sistema) do zero, com algoritmos de machine learning e Inteligência Artificial. Temos conhecimento do mercado do brasileiro e alta taxa de aprovação, acima de 50% para parcelamento não colateralizado”, disse Weaver.

A empresa ganha dinheiro cobrando uma taxa percentual em relação à venda do varejista.

Se o cliente não paga a parcela da Pagaleve, ele não tem de arcar com juros, mas há uma taxa única de atraso de R$ 20 para compras com parcelas acima de R$ 20. Para as compras em que as parcelas ficam abaixo de R$ 20, a multa cobrada é de R$ 10.

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A Pagaleve diz ter “dezenas milhares de consumidores únicos” e até o final do ano espera chegar às “centenas de milhares” e dobrar o número de parcerias com varejistas para mil. Hoje, a empresa tem parcerias com o Grupo Reserva, da Arezzo, a Ri Happy, Mizuno, Tokstok, Lupo, entre outras marcas.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups