Souvernir em NFT: conheça o colombiano que transforma cidades em tokens

Startup Svenir, que levantou US$ 125 mil em rodada pré-seed e mais US$ 75 mil em rodada subsequente, ainda espera nova injeção de fundos

Coleção de NFTs da empresa visa retratar aspectos cotidianos das cidades
23 de Agosto, 2022 | 02:04 PM

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Bloomberg Línea — NFTs com temática de cannabis da empresa Greenlab e desenhos de artistas locais são alguns dos exemplos que estão impulsionando o mercado de tokens não fungíveis na Colômbia com uma nova geração de empresários.

Entre eles está o colombiano César Suárez, CEO da Svenir, sediada na Suécia e que imortaliza a natureza e as cidades do mundo em NFTs, um token que dá a seus titulares um certificado de autenticidade único e, aplicado neste caso de uso, permite transformar ilustrações em cartões postais digitais.

A Svenir, que firmou parceria com gigantes como a Polygon em algumas iniciativas, utiliza um protocolo tecnológico de geolocalização de NFT, que permite que as pessoas comprem tokens de uma cidade de acordo com sua localização, como um souvenir digital.

“Você abre o aplicativo e ele detecta sua localização, e de acordo com isso você pode comprar alguns pacotes de NFTs”. Em Nova York serão quatro, em Medellín e Bogotá serão dois”, contou Suárez.

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César Suárez, CEO da Svenir

Cada pacote conta com três tokens aleatórios colecionáveis. Os preços variam de menos de US$ 1 a US$ 39.

César Suárez, nascido em Cúcuta, foi para a Suécia para fazer um mestrado em história da economia após estudar engenharia industrial em Bogotá.

Agora, ele lidera uma comunidade de pessoas “que querem trazer o melhor de cada cidade e da natureza para o mundo” através dos NFTs, disse ele à Bloomberg Línea.

O empresário da área de tecnologia se voltou para o blockchain no início de sua carreira, quando lançou sua primeira empresa dedicada à digitalização de diplomas de graduação universitária.

Depois, ele tentou lançar seu próprio token relacionado aos cuidados com os oceanos – os impostos vinculados seriam alocados a projetos de pesquisa de cuidados ambientais.

“Percebi que qualquer token ou criptomoeda que tente substituir o dinheiro, exceto o bitcoin (BTC) está praticamente fadada ao fracasso”, disse.

NFT da Svenir

No mundo cripto, ele passou por diferentes alternativas empresariais até chegar aos NFTs no início do ano passado, durante o boom no mercado cripto.

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Assim, ele retomou sua ideia de dar visibilidade às questões ambientais e se propôs a lançar um NFT de animais marítimos para aumentar a conscientização sobre cuidados ambientais.

Ele então expandiu o projeto para desenvolver NFTs nas cidades do mundo para destacar aspectos do cotidiano, como inovação, cultura, infraestrutura ou gastronomia.

Foi ali que percebeu: “esta é a ideia, vou por este caminho a todo vapor. Consegui levantar capital de um investidor sueco e o projeto se concretizou”, disse ele. Startup levantou US$ 125 mil em rodada pré-seed, complementada com US$ 75 mil; espera-se uma nova rodada para que ela suba de nível.

“Temos planos para a América Latina, incluindo a Colômbia, queremos mover recursos para impulsionar o ecossistema de NFTs na região”, disse o empresário.

A Svenir lançará a coleção de NFTs de Bogotá em 13 de outubro e uma mini coleção em Medellín em 7 de setembro.

NFTs da Svenir

Embora César Suárez diga que este é seu primeiro caso de uso, a Svenir busca oportunidades de estender o espectro das tecnologias de NFT a outros serviços, como marketing, aumentando os índices de fidelidade em diferentes comerciantes, disse ele.

Basicamente, estes tokens poderiam aumentar “o número e a intensidade das experiências do usuário”, disse César Suárez, explicando que marcas (como uma franquia de lanchonetes, por exemplo) poderiam substituir os souvenires comuns por NFTs personalizados, “abrindo um mundo de possibilidades”.

Neste sentido, ele ressaltou que eles está negociando para oferecer NFTs geolocalizados a restaurantes e empresas de eventos para que possam explorar essas tecnologias. Os NFTs são a chave para a experiência, para uma comunidade, e o que as marcas precisam são pessoas mais fieis – para conseguir isso, é necessário oferecer mais valor a seus clientes, ir além da simples venda de hambúrgueres e camisetas, ou seja, tudo vai se transformar em experiências”, finalizou.

Dados da Grand View Research indicam que o mercado global de NFTs poderia crescer 33,9% entre 2022 e 2030, chegando a US$ 211 bilhões, movido pelo interesse cada vez maior em arte digital e pela adoção de criptomoedas em transferências digitais.

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Daniel Salazar

Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.