Nubank vê Pix tomando lugar de cartões: ‘estamos felizes em nos canibalizar’

CEO da fintech, David Vélez, compara cartões de crédito ao envio de DVDs a clientes pela Netflix em seus primórdios e diz que sistema instantâneo é o futuro digital

Os co-fundadores do Nubank David Vélez, também CEO global, e Cristina Junqueira, CEO para o Brasil, em entrevista
15 de Agosto, 2022 | 09:38 PM

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Bloomberg Línea — A fintech brasileira Nubank (NU) disse que vê o sistema de pagamentos instantâneos Pix, do Banco Central, tomando o lugar dos cartões de débito e crédito no Brasil no longo prazo.

Questionado por um analista durante a conferência trimestral com investidores, o Nubank disse que identifica um mercado endereçável para pagamentos no Brasil e espera ver de crianças a idosos com um smartphone usando o sistema de pagamento instantâneo do Brasil.

O CEO do Nubank, David Vélez, comparou o cartão de crédito com o primeiro negócio da Netflix (NFLX), o envio de DVDs físicos para a casa das pessoas, enquanto o Pix seria um paralelo com o novo futuro digital. “Iniciamos uma estratégia de usar novos trilhos de pagamento do Pix para começar a diversificar dos cartões de crédito”, disse.

Primeiro produto do Nubank e aquele que fez a sua fama em seus primeiros anos, o cartão de crédito hoje dispõe de uma base de 29 milhões de clientes, segundo os números trimestrais.

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No segundo trimestre, o Nubank também anunciou a possibilidade de fornecer crédito em cima da infraestrutura do Pix, com mais alternativas aos cartões de crédito.

Em comunicado do Banco Central em março do ano passado, a autoridade monetária divulgou que o Pix havia superado os pagamentos por meio de transferências do tipo DOC e TED e boleto.

O Nubank acredita que a potencial canibalização do cartão de débito chegará antes do crédito, algo que levará “vários anos para chegar”, segundo Vélez. “Especificamente cartões de crédito, pois têm a usabilidade de pagamentos transfronteiriços e pagamentos parcelados”, disse ele.

O Pix ainda está sujeito às fronteiras do Brasil, ainda que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tenha dito recentemente que vê espaço para a expansão do Pix em países da América Latina, dado que diferentes bancos brasileiros têm operações na região.

“Estamos felizes em nos canibalizar para escalar para onde [o comportamento financeiro] está indo”, disse Vélez.

-- Matéria atualizada para corrigir frase de Vélez que tinha sido atribuída ao CFO do Nubank, Guilherme Lago

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups