Mercados em modo espera por dados corporativos e rumo da inflação nos EUA

Renda variável mostra um caminho volátil na Europa e nos EUA; títulos do Tesouro norte-americano voltam a subir

Conheça os eventos que vão orientar os investidores hoje
09 de Agosto, 2022 | 09:05 AM

Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada da nota publicada originalmente às 7h)

As negociações se desenrolam em compasso de espera pelo índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, que sai amanhã e dará uma ideia do ritmo de escalada da inflação. O IPC terá atingido seu pico? Esta é a pergunta do milhão e os economistas começam a projetar para julho a maior queda dos preços em mais de dois anos.

O panorama das empresas -- que se agitou nas últimas sessões e deu pé a muito vaivém nas cotações -- também deixa os investidores reticentes. Quando os investidores cantavam vitória pela safra de balanços predominantemente positiva, no final do segundo tempo algumas empresas trataram de esfriar os ânimos.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Sem trégua nas demissões pelas startups

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📊 Os sinais da economia. Do lado macroeconômico, o mais importante hoje será a produtividade do setor não-agrícola e o custo de mão-de-obra no segundo trimestre. Para este último, espera-se que siga crescendo, fruto do duplo efeito menor produção + aumento salarial.

↪️ De olho na curva. O mercado está atento ao mercado de dívida soberana. O rendimento dos títulos do Tesouro norte-americanos de 2 anos ultrapassou o de seus pares com vencimento em 10 anos. Foi o maior diferencial em 20 anos. Uma inversão na curva de juros dos EUA evidencia as expectativas de que novos aumentos agressivos dos juros pelo Federal Reserve poderiam desencadear uma recessão.

👀 Balde de água fria. A fabricante de chips NVIDIA entregou receitas decepcionantes no segundo trimestre e fez projeções desalentadoras para os próximos exercícios. Outra empresa a pesar sobre o humor dos investidores foi a Novavax. A farmacêutica norte-americana, que reconheceu ter chegado tarde com sua vacina contra a Covid-19, baixou em 50% sua previsão de vendas anuais, notícia que submergiu suas ações.

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Contudo, o desempenho geral das empresas continua sendo estelar: cerca de 81% das empresas S&P 500 que informaram seus resultados até agora superaram as expectativas.

🌪️ Agitação empresarial. As notícias de caráter corporativo também passam por fusões e aquisições. Destaque para a compra, por US$ 5,4 bilhões, da Global Blood Therapeutics pela Pfizer.

→ Assim se comportam os mercados esta manhã:

Os contratos atrelados aos índices S&P 500 e Nasdaq 100 apagaram os (modestos) ganhos desta manhã, voltando ao caminho de perdas de ontem, quando as bolsas se viram afetadas pelo banho de água fria da NVIDIA Corp.

Na Europa, pressionavam o Stoxx 600 as ações de alimentos e bebidas. Na Ásia, predominou a queda em virtude das perdas trimestrais recordes do Softbank Group Corp (de US$ 23,4 bilhões).

Os prêmios dos títulos do Tesouro de dois anos aumentavam ligeiramente na medida em que os investidores aguardam o relatório de inflação de amanhã para avaliar o ritmo de aperto monetária do Federal Reserve.

O petróleo bruto, que inicialmente recuou, voltou a subir há alguns momentos. Ontem, a commodity apresentou seu maior ganho em mais de uma semana - os investidores acompanhavam as conversas sobre os temas nucleares entre os EUA e o Irã, além das perspectivas de demanda da matéria-prima. Os futuros do barril tipo West Texas Intermediate eram cotados acima dos US$ 91.

Volatilidade dá o tomdfd
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,09%), S&P 500 (-0,12%), Nasdaq Composite (-0,10%), Stoxx 600 (+0,74%), Ibovespa (+1,81%)

As bolsas dos começaram a semana sem rumo definido, influenciadas pelos decepcionantes resultados da fabricante de chips Nvidia, que surpreendeu ao entregar receitas de US$ 6,7 bilhões, quando o mercado esperava US$ 8,1 bilhões para o segundo trimestre. Os resultados mostram o impacto da desaceleração dos gastos dos consumidores, o aumento da inflação e uma queda nas compras de computadores pessoais à medida que as pessoas voltam ao escritório.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Indicador NFIB de Otimismo das Pequenas Empresas/Jul, Índice Preliminar de Produtividade do Setor Não-Agrícola e Custo de Mão-de-obra/2T22), Índice Redbook, Perspectiva Energética de Curto Prazo - EIA, Estoques de Petróleo Bruto - API

Europa: Portugal (Balança Comercial/Jun)

Ásia: Japão (Índice de Preços de Bens Corporativos CGPI/Jul); China (IPC/Jul)

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América Latina: Brasil (Ata do Copom, IPCA/Jul); México (IPC/Jul); Argentina (Produção Industrial/Jun)

Balanços do dia: Roblox, Spirit Airlines, Coinbase, Warner Music, POSCO, BTG Pactual, BanColombia, Nutresa, Banco de Chile, Latam Airlines, Copel, Metalúrgica Gerdau

📌 Para a semana:

• Quarta-feira: EUA (IPC); China (IPC e IPP); Pronunciamentos de Charles Evans (Fed de Chicago), Neel Kashkari (Fed de Minneapolis)

• Quinta-feira: EUA (IPP; Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. Entrevista da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, à Bloomberg Television

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• Sexta-feira: Zona do Euro (Produção Industrial); EUA (Sentimento do Consumidor - Universidade de Michigan dos EUA)

(Com informações da Bloomberg News)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.