Itaú BBA vê oportunidade em ações de shoppings e destaca favoritas

Desempenho dos papéis do setor neste ano supera em 15% o Ibovespa, mas valuations ainda estão atrativos nos níveis atuais, aponta banco

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07 de Julho, 2022 | 04:44 PM
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Bloomberg Línea — Penalizadas pelo mercado nos primeiros anos de pandemia, por causa das medidas de isolamento social, as ações de shopping center na Bolsa oferecem uma boa oportunidade diante dos preços descontados e do potencial de crescimento do setor. A avaliação é do Itaú BBA.

Em relatório divulgado nesta semana, o banco retomou a cobertura de quatro empresas de shoppings com recomendação outperform (performance acima da média do mercado). Segundo os analistas, a assimetria está positiva para o segmento, uma vez que ainda há descontos relacionados à inflação acumulada (Índice IGP-DI) que podem ser repassados aos aluguéis sem pesar no custo de ocupação.

“Vemos potencial de upside [de alta] em relação ao consenso [de mercado] e valuations atrativos, que estão baratos em relação aos valores absolutos, à média histórica e aos títulos de renda fixa indexados à inflação”, escreve o time de real estate liderado pelo analista Daniel Gasparete.

Os papéis das empresas do setor neste ano têm desempenho 15% acima do Ibovespa, segundo um indicador do BBA, mas o time de análise diz que os valuations continuam atrativos nos níveis atuais. Isso porque as ações estão sendo negociadas perto de suas mínimas nos dois anos de pandemia, enquanto as receitas estão bem acima das expectativas, e as taxas de crescimento, superiores em dois dígitos quando comparadas aos níveis pré-pandemia (de 30% a 40% em relação a 2019), escreve o BBA.

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Uma retomada das vendas dos lojistas de shoppings também faz parte do cenário da casa. Há ainda potenciais ganhos com a aceleração das vendas relacionadas aos segmentos de serviços e entretenimento, como restaurantes e cinemas, que hoje não estão considerados nas estimativas.

Principais apostas no setor

No segmento, os nomes preferidos do Itaú BBA são Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11), Aliansce Sonae (ALSO3) e brMalls (BRML3).

A top pick é a Multiplan, que, segundo os analistas, tem um portfólio altamente dominante que apresenta resultados acima da média. O banco estima um preço-alvo de R$ 30 para as ações da companhia, o que implica potencial de alta de 28,5% ante o fechamento do pregão de quarta-feira (6).

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“Esperamos que MULT3 lidere o grupo em termos de aumento das vendas e dos aluguéis, traduzindo-se em maior crescimento e justificando seu prêmio em relação aos pares”, diz o relatório.

O time de research do BBA aponta que o Iguatemi se encaixa na visão positiva para o setor: as vendas estão crescendo a uma alta taxa da ordem de 35% quando comparadas aos níveis pré-pandemia. A exposição a ativos dominantes e o fluxo de clientes de alta renda também justificam a tese. O banco estima um preço-alvo de R$ 27 para as ações IGTI11 até o fim do ano, o que implica upside de 42,3%.

Para Aliansce Sonae, o preço-alvo para as ações é de R$ 23 ao fim do ano (upside de 40%). O time defende que as ações deverão ser impulsionadas pela dinâmica envolvendo a conclusão de sua fusão com a brMalls (anunciada em junho), bem como pelo crescimento das vendas e aluguéis mais altos.

Assim como para ALSO, as ações de brMalls também deverão ser impulsionadas pela fusão. Os analistas, contudo, veem uma vantagem nas ações BRML3, de forma que elas podem surfar o negócio com menos risco.

“Se aprovado pelo órgão antitruste [o Cade], o valuation da BRML seria o da nova companhia, mas com um colchão de caixa da ordem de 15%, pois os acionistas devem ser pagos em ações mais um dividendo em dinheiro de R$ 1,6 por ação”, destaca o relatório. O Itaú BBA estima um preço-alvo de R$ 11 para as ações da companhia, o que levaria a uma alta de 41,94%.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.