Bolsa avança após alívio das restrições na China; índices dos EUA apagam ganhos

Ações expostas às commodities subiam na Bolsa brasileira em uma sessão de ganhos para o petróleo e para o minério de ferro

Sessão era de otimismo nas bolsas globais após relaxamento das restrições na China
28 de Junho, 2022 | 10:20 AM

Bloomberg Línea — (Matéria atualizada às 12h14)

O Ibovespa (IBOV) opera em alta nesta terça-feira (28) após a China aliviar parte de suas restrições contra a covid-19, reduzindo as preocupações dos investidores sobre o crescimento global.

Os ganhos eram impulsionados pelo avanço do minério de ferro e do petróleo, este que avançou em meio a riscos de interrupções no fornecimento. O movimento contribuía para a alta de ações ligadas às commodities, como as blue chips Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), que subiam entre 2% e 2,4%, por volta das 10h40 (horário de Brasília).

A notícia de que a China reduziu pela metade o tempo que os recém-chegados ao país devem ficar isolados animou os mercados, dado que é a maior mudança até agora para a restritiva política de “zero covid” da potência asiática.

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Além disso, o Banco Popular da China prometeu manter a política monetária de apoio para ajudar a economia. A autoridade monetária sinalizou que o estímulo provavelmente se concentraria em aumentar o crédito, em vez de reduzir as taxas de juros.

No ambiente doméstico, as atenções seguirão voltadas para a leitura do relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa turbinar os benefícios sociais. O objetivo é elevar o Auxílio Brasil para R$ 600, aumentar o vale-gás e criar o voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros. A PEC, que deve ir à votação nesta quarta (29), acarretará gastos da ordem de R$ 35 bilhões, extra-teto, até o fim deste ano.

Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (28):

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  • Por volta das 12h10 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 0,48%, aos 101.249 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,27%, negociado a R$ 5,22;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 subia 17 pontos base, a 12,76;
  • Nos EUA, os índices viraram para queda, com exceção do Dow Jones, que subia 0,21%. O S&P 500 cedia 0,06%, enquanto o Nasdaq caía 0,70%;
  • Na Europa, o movimento era de alta. Destaque para o índice FTSE, do Reino Unido, que avançava cerca de 1%;

Bolsas nos EUA

Nos Estados Unidos, as ações apagaram os ganhos depois que os dados mostraram que os americanos ficaram mais desanimados com as perspectivas para a economia em um momento em que o Federal Reserve está tentando agressivamente conter a inflação descontrolada.

Um rali anterior no S&P 500 tinha sido impulsionado pelo otimismo com a China cortando seu período de quarentena para viajantes e grandes bancos de Wall Street aumentando seus dividendos.

A confiança do consumidor dos EUA caiu para o menor nível em mais de um ano, à medida que a inflação continua a prejudicar as visões econômicas. Outros dados mostraram ainda que o crescimento dos preços das casas desacelerou pela primeira vez desde 2021.

De acordo com o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, a decisão das autoridades do Fed sobre o aumento dos juros em 50 ou 75 pontos base será determinada por dados econômicos. Embora Williams espere que o crescimento desacelere e a taxa de desemprego aumente, ele não projeta uma recessão.

Os temores de uma desaceleração econômica em meio à política restritiva do Fed têm reduzido o apetite a ativos de risco este ano. Ainda assim, analistas continuam otimistas com os lucros corporativos, com as estimativas de margem líquida para as empresas do S&P 500 permanecendo em um recorde.

Para os estrategistas do Goldman Sachs (GS), as previsões de margem de lucro estão otimistas demais, colocando as ações em risco de novas quedas quando os analistas de Wall Street rebaixarem suas expectativas. Max Kettner, do HSBC, concorda. Segundo ele, as ações ainda estão subestimando o impacto de uma possível recessão, com as expectativas de lucro e crescimento podendo ser revisadas para baixo.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.