Ibovespa recua com exterior e puxado por ações de mineração e siderurgia

After Hours: investidores seguem cautelosos em meio às preocupações sobre crescimento econômico, dado contexto de inflação e juros elevados

After hours
08 de Junho, 2022 | 05:33 PM

Bloomberg Línea — Os mercados tiveram um dia de aversão ao risco nesta quarta-feira (8), em meio às preocupações sobre como o aumento da inflação e dos juros irá pesar sobre o crescimento econômico global. O Ibovespa (IBOV) seguiu o exterior e fechou no vermelho, com queda de 1,15%, perdendo o patamar dos 109 mil pontos.

Já o dólar voltou a subir, negociado a R$ 4,89, com investidores buscando ativos considerados “porto seguro” em um cenário de maior incerteza.

No Brasil, somou-se ao sentimento negativo externo as tensões em relação ao risco fiscal, após pacote do governo para reduzir o preço dos combustíveis. Na Bolsa, as maiores perdas vieram dos setores de mineração e siderurgia; as ações de CSN (CSNA3) caíram 4,93%, enquanto as de Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) recuaram 4,90% e 4,32%, respectivamente.

Já do lado dos ganhos, destaque para as ações de Qualicorp (QUAL3), que avançaram 3,20%, e as de Cogna Edudação (COGN3), com alta de 2,41%.

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Confira como fecharam os mercados nesta quarta-feira (8):

Contexto

O sentimento de confiança permanece frágil devido aos temores de que o aumento dos juros sufocará o crescimento econômico e as perspectivas para os lucros corporativos. Na quinta-feira (9), o Banco Central Europeu deve anunciar o fim de compras de ativos em trilhões de euros, antes de um aumento de juros esperado para julho, o que marcará o fim de oito anos de taxas de juros negativas na região.

Entre os destaques do dia, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de 1,4% para 0,6%. A entidade também revisou para baixo a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 2,1% para 1,2%.

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O relatório diz que a taxa Selic deve subir até 13,25% ao ano – está atualmente em 12,75% – e permanecer neste patamar até o começo de 2023, diminuindo depois lentamente ao longo do ano, à medida que os “efeitos defasados dos aumentos recentes são finalmente sentidos”.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.