Mester do Fed apoia altas de juros maiores se inflação persistir

“Teremos que avaliar se a inflação está realmente caindo, e então poderemos obter mais informações”, disse a presidente do Fed de Cleveland

Algumas autoridades disseram que o Fed não deve tirar nenhuma opção da mesa enquanto luta contra a inflação mais alta em quatro décadas
Por Jonnelle Marte
10 de Maio, 2022 | 01:46 PM

Bloomberg — A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que é a favor de aumentos de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros, mas apoiaria altas maiores mais tarde se a inflação não diminuir até o segundo semestre.

“Nós não descartamos 0,75 para sempre, certo? A cadência em que estamos indo agora parece certa para mim”, disse Mester em entrevista com Michael McKee na Bloomberg Television. “Teremos que avaliar se a inflação está realmente caindo, e então poderemos obter mais informações depois de fazermos mais uns dois”, disse ela, referindo-se a aumentos de 0,5 ponto percentual.

Mester, que vota no comitê de política monetária este ano, acrescentou que não quer descartar nenhum movimento. Caso o Fed chegue ao segundo semestre e não haja evidências de alívio da inflação, “talvez tenhamos que acelerar. Mas se virmos a inflação caindo e a demanda caindo mais do que poderíamos prever, podemos ajustar.”

Autoridades do Fed elevaram os juros em meio ponto percentual na semana passada - o maior aumento desde 2000 - e o presidente Jerome Powell sinalizou que continuariam nesse ritmo nas reuniões de junho e julho para conter a inflação.

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Powell também rebateu expectativas de que o Fed poderia implantar um aumento maior de 0,75 ponto percentual, e alguns outros dirigentes, como o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, concordam que não deve ser necessário aumentar as taxas tão agressivamente.

Mas algumas autoridades disseram que o Fed não deve tirar nenhuma opção da mesa enquanto luta contra a inflação mais alta em quatro décadas.

Em abril, os consumidores americanos aumentaram para 3,9% suas expectativas de inflação para daqui a três anos, a maior taxa desde dezembro, de acordo com pesquisa divulgada segunda-feira pelo Fed de Nova York. Esse é um sinal potencialmente preocupante para o Fed, já que o banco central tenta manter as expectativas de longo prazo ancoradas.

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