Petróleo avança com aumento de pressão dos EUA e Europa sobre a Rússia

Países discutem apertar as condições contra o mercado de energia russo após atrocidades em cidades ucranianas

O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio avançava 1,6%, para US$ 104,89 o barril às 10h30 em Londres.
Por Elizabeth Low e Alex Longley
05 de Abril, 2022 | 08:33 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo subiam com alguns países europeus pressionaram por uma discussão sobre a possibilidade de estender as sanções aos setores de petróleo e carvão da Rússia, embora alguns países tenham se oposto à medida.

O West Texas Intermediate (WTI) subia 1,6% perto de US$ 105 o barril. A Alemanha está entre vários opositores de medidas que podem acabar prejudicando as economias domésticas, embora a França tenha dito na terça-feira (5) que está pronta para estender as sanções às indústrias de petróleo e carvão da Rússia. Washington anunciará medidas adicionais esta semana, de acordo com o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, que disse que estas podem conter mais restrições à energia.

O petróleo subiu para o nível mais alto desde 2008 no primeiro trimestre, quando a invasão da Rússia interrompeu a oferta em um mercado já apertado, confrontado com uma demanda crescente e estoques cada vez menores. Os EUA e o Reino Unido já adotaram medidas para proibir o petróleo russo e o número crescente de baixas civis na Ucrânia está pressionando os governos a tomar mais medidas contra o país.

“Os preços estão sendo impulsionados pela perspectiva de novas sanções contra a Rússia”, disse Carsten Fritsch, analista do Commerzbank AG. Um grande afastamento do petróleo russo por compradores europeus “resultaria em aumentos de preços consideráveis”.

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Com a guerra na Ucrânia em seu segundo mês, a Rússia enfrenta acusações de que suas tropas massacraram civis em Bucha e outras cidades, uma acusação que Moscou nega.

A possibilidade de novas restrições está compensando o impacto no mercado global de petróleo de uma vasta liberação pelos EUA das reservas estratégicas de petróleo do país em uma tentativa de domar os preços.

Em mais um sinal de aperto - bem como o aumento da demanda por cargas do Oriente Médio, à medida que os compradores evitam a Rússia - a Arábia Saudita aumentou os preços para todas as regiões. A Saudi Aramco aumentou seu petróleo Arab Light para embarques do próximo mês para a Ásia para US$ 9,35 o barril acima do benchmark que usa, um diferencial recorde.

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Muitas empresas ocidentais não estão comprando petróleo russo, embora as exportações com desconto estejam indo para compradores na Ásia, incluindo China e Índia. Na segunda-feira, o trader de commodities Trafigura Group se ofereceu para vender uma carga da classe Urais da Rússia com um desconto recorde, mas não houve ofertas para o embarque.

Preços do petróleo

  • O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio avançava 1,6%, para US$ 104,89 o barril às 7h30, horário de Brasília
  • O Brent para liquidação de junho subia 1,4%, para US$ 109,05 o barril

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