Ibovespa recua em dia de pressão externa com guerra na Ucrânia; dólar sobe

Investidores repercutem notícia de que a União Europeia está considerando proibir o carvão russo - o que pode pressionar a inflação

Mercados têm dia de maior aversão ao risco, de olho na guerra na Ucrânia.
05 de Abril, 2022 | 10:24 AM
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Bloomberg Línea — Em um dia de agenda esvaziada, o Ibovespa (IBOV) operava em queda na manhã desta terça-feira (5), enquanto o dólar subia, após ser negociado abaixo dos R$ 4,60 no dia anterior.

No exterior, o sentimento é de maior aversão ao risco, após a União Europeia afirmar que está considerando a proibição do carvão russo – o que aumenta a pressão sobre Moscou pela invasão da Ucrânia. A Rússia fornece cerca de metade do carvão térmico do continente, utilizado para alimentar centrais elétricas e gerar eletricidade.

Nos Estados Unidos, os títulos do Tesouro recuaram em meio ao aprofundamento da preocupação com a inflação e a resposta política.

Os movimentos do mercado continuam a ser moldados pelas ramificações da guerra na Ucrânia e pelo aperto da política monetária à medida que os custos das matérias-primas alimentam a inflação.

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A ata do Federal Reserve, que será divulgada na quarta-feira (6), guiará as expectativas sobre a rapidez com que o banco central dos EUA aumentará as taxas e reduzirá suas participações em títulos. O ressurgimento da covid-19 na Europa e na Ásia e os novos lockdowns na China também estão obscurecendo as perspectivas de crescimento global.

Por aqui, o destaque segue com a Petrobras (PETR3, PETR4). Após a desistência formal de Adriano Pires, o cargo de presidente da estatal poderá ficar com Caio Mario Paes de Andrade, secretário especial do Ministério da Economia. As ações da companhia subiam no início do pregão.

Confira o desempenho dos mercados nesta manhã:

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  • Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,15%, negociado aos 121.101 pontos;
  • O dólar à vista subia 0,56%, negociado aos R$ 4,62;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI com vencimento em 2025 avançava 12 pontos-base, a 11,20%;
  • Nos Estados Unidos, os índices futuros cediam: o do Dow Jones caía 0,26%, o do S&P 500 tinha baixa de 0,29%, enquanto o da Nasdaq recuava 0,39%;
  • Na Europa, as bolsas operavam em direção mista: o CAC-40, de Paris, recuava 1,64%, enquanto o FTSE, do Reino Unido, operava próximo da estabilidade;

Entre as commodities, o petróleo avançava nesta terça, pressionados por uma discussão sobre a possibilidade de os EUA e a Europa estenderem as sanções de petróleo e carvão da Rússia. De acordo com o conselheiro de segurança nacional americano, Jake Sullivan, Washington anunciará medidas adicionais esta semana, que podem conter mais restrições à energia.

  • O petróleo tipo WTI era negociado próximo dos US$ 104 o barril, enquanto o tipo Brent era negociado na casa dos US$ 108.

Nos EUA, destaque ainda para a notícia de que o bilionário e empresário Elon Musk se juntará ao conselho de administração do Twitter (TWTR) após assumir uma participação de 9,2% na empresa de mídia social.

  • Após a notícia, as ações da plataforma subiam até 8% no pré-mercado em Nova York

-- Com informações de Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.