Breakfast

Bolsa volátil, juro alto: como investir?

Também no Breakfast: Mercados cambaleiam com ressaca pós-Fed e em dia de decisão do BoE; A pergunta de US$ 140 bi: a Rússia pode vender sua enorme pilha de ouro? e Guerra na Ucrânia pode abrir espaço para aço brasileiro nos EUA

17 de Março, 2022 | 06:41 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Como esperado pelo mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em um ponto percentual, para 11,75% ao ano.

O movimento acontece em meio à alta da inflação, pressionada pelo aumento no preço do petróleo e de outras commodities. E, em um cenário que já se mostrava desafiador, marcado ainda por um ano eleitoral no Brasil, as tensões externas têm contribuído para um aumento da aversão ao risco, levando investidores a buscarem alternativas mais seguras na renda fixa.

💰 Em um ambiente incerto e com juros de dois dígitos, montar um “colchão” para emergências fica ainda mais atrativo, conforme especialistas consultados pela Bloomberg Línea.

PUBLICIDADE

Produtos atrelados a commodities e ativos reais, com ganhos acima da inflação, também estão entre as principais escolhas. Dentre as opções mencionadas também estão o Tesouro IPCA+ de prazo médio, como 2028 e 2030, o Tesouro Selic, especialmente no caso de investidores mais conservadores, e os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).

✳️ Aqui você encontra as demais alternativas de investimento recomendadas por especialistas neste contexto de juros mais altos e bolsa volátil.

Parcela de renda fixa ganha mais espaço na carteira de investidores e pode trazer retornos atrativos com maior segurança

Na trilha dos Mercados

Depois do Federal Reserve (Fed), hoje será a vez de o Banco da Inglaterra (BoE) aumentar os juros. É o que espera o mercado como remédio para aliviar a escalada da inflação. Se espera que o banco central britânico eleve o custo do dinheiro em 0,25 ponto percentual, tal como seu homólogo nos Estados Unidos.

No caso de que esta proporção se confirme, o juro daquele país chegaria aos 0,75%.Ainda no campo da política monetária, o mercado acompanhará o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

🔦 Macro no foco

O discurso de Lagarde vem justo no dia de divulgação do índice de preços ao consumidor na Zona do Euro. Nos Estados Unidos, a produção industrial será chave para que os analistas dimensionem o ritmo de crescimento da economia, bem como o comportamento das cadeias de abastecimento.

🏦 Política monetária para digerir

Após meses de conjeturas e expectativas, uma névoa foi dissipada: o Fed subiu os juros para o intervalo entre 0,25% e 0,5% e sinalizou outras seis altas similares este ano. Esse é o primeiro aumento de juros pelo banco central norte-americano em mais de três anos e vem na esteira da inflação em disparada nos EUA, potencializada agora pela pressão nas cadeias de produção por conta da guerra na Ucrânia.   

O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que a economia segue forte para encarar o aperto monetárioA autoridade monetária dos EUA está entre vários bancos centrais mundiais, do Brasil ao Reino Unido, a subir o custo dos empréstimos para conter a inflação.

✳️ No início do dia, tanto as bolsas europeias como os futuros de índices nos EUA exibiam altas. Mas o movimento não parece consistente: nesta última praça, no entanto, os contratos de índices mudavam de rumo. A forte alta de ontem é tentadora para que os investidores embolsem ganhos.

Um panorama em uma manhã um pouco "cambaleante" nos mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow (+1,55%), S&P 500 (+2,24%), Nasdaq (+3,77%), Stoxx 600 (+3,06%), Ibovespa (+1,98%)

Alta das bolsas nos Estados Unidos, na Europa e também no Brasil. Ao longo do dia, movimento foi sustentado por sinais do Kremlin de que há progresso nas negociações de paz com a Ucrânia. Também ajudou a promessa da China de políticas para estimular o crescimento econômico e impulsionar seus mercados financeiros. O Fed aumentou os juros, o S&P 500 chegou a cair quase 1,5%, mas no final a declaração do presidente do Fed injetou otimismo nos mercados: Jerome Powell, disse que “a economia está muito forte e bem posicionada para lidar com uma política monetária mais rígida”.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Licenças de Construção/Fev; Construção de Novas Casas/Fev, Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego; Produção Industrial/Fev; Utilização da Capacidade Instalada/Fev; Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia/Mar); Estoques de Gás Natural; Vendas da Indústria/Fev

• Europa: Zona do Euro (IPC/Fev); Alemanha (Licenciamento de Veículos/Fev); Espanha (Balança Comercial)

• Ásia: Japão (IPC/Fev)

• Bancos centrais: Decisão sobre taxas de juros do Bank of England (BoE, às 9h de Brasília) e do Bank of Japan (BoJ, às 23h30). Pronunciamentos de membros do BCE: Christine Lagarde (presidente), Elizabeth McCaul, Philip Lane (BCE), Isabel Schnabel, Ignazio Visco

• América Latina: Brasil (IBC-Br/Jan)

📌 E para amanhã:

• EUA: Vendas de Casas Usadas/Fev; Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA/Fev

• Europa: Zona do Euro (Balança Comercial/Jan, Custo da Mão de Obra/4T21); Itália (Balança Comercial/Jan), Portugal (Transações Correntes/Jan)

• Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria Terciária) 

• Bancos centrais: Declaração de Política Monetária do Bank of Japan (BoJ); Discursos de Thomas Barkin, membro do FOMC, e de Charles Evans, presidente do Fed de Chicago

• América Latina: Brasil (Taxa de Desemprego)

Destaques da Bloomberg Línea

Onze anos depois, Síria ainda tem a maior crise de deslocamento forçado do mundo

Powell: Economia está forte para lidar com alta de juros; veja destaques

E se ninguém fosse dono do Chelsea FC?

A pergunta de US$ 140 bi: a Rússia pode vender sua enorme pilha de ouro?

Também é importante

Relações Exteriores deve tentar revogar limitações às exportações do Brasil estabelecidas em 2018 por Donald Trump

• Guerra na Ucrânia pode abrir espaço para aço brasileiro nos EUA. As siderúrgicas brasileiras consideram as consequências comerciais da invasão da Ucrânia pela Rússia um gatilho para que os Estados Unidos suspendam restrições à importação de aço do país.

• Covid: Tesla suspende produção em Xangai por dois dias. A Tesla está suspendendo a produção em sua fábrica de Xangai por dois dias, já que a China reforçou as restrições para conter o mais recente surto de covid, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Eleições: Bolsonaro começa a dar sinais de recuperação, mostra pesquisa. Embora as pesquisas eleitorais continuem apontando a liderança isolada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a apresentar sinais de recuperação.

Novas exigências do BC afetam apenas fintechs grandes, dizem analistas. Depois das mudanças regulatórias de 2013 para colocar concorrência no concentrado mercado financeiro brasileiro, o Banco Central agora eleva a barra para que as grandes fintechs não gerem um risco sistêmico ao sistema financeiro. O Nubank, por exemplo, não tem a mesma licença de um banco. A empresa é licenciada pelo Banco Central como uma instituição de pagamento.

Opinião Bloomberg

Ocidente precisa se decidir se vai de fato abraçar a luta da Ucrânia

Entrando em Washington pela ponte Theodore Roosevelt na outra noite, olhei para o Kennedy Center, todo iluminado com o azul e amarelo da bandeira ucraniana. Por um momento fiquei orgulhoso: sim, os Estados Unidos estão com a Ucrânia. Então me lembrei: naquele momento, a Rússia estava bombardeando áreas residenciais, mães e seus filhos estavam encolhidos em porões, e vidas inocentes estavam sendo destruídas.

Os EUA e seus aliados estão bastante satisfeitos consigo mesmos agora – mais do que deveriam. Talvez eles também precisem fazer uma pausa e refletir.

Pra não ficar de fora

Parceria visa novas interações do banco com seus usuários focados em esportes

O HSBC está fazendo sua estreia no metaverso após comprar um “terreno” em um mundo virtual voltado para entusiastas de esportes, e-sports e jogos.

O banco está adquirindo um espaço no jogo em metaverso The Sandbox para interagir com seus usuários focados em esportes, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (16), que apresentava uma imagem de um estádio esportivo e centro de boas-vindas com a marca HSBC.

✳️ O banco com sede em Londres se junta ao gigante de Wall Street JPMorgan Chase & Co. para mergulhar no metaverso. O lounge virtual do JPMorgan no Decentraland, baseado em navegador, recebe os visitantes com um retrato digital de Jamie Dimon e um tigre de roaming, seguido de uma apresentação sobre a economia criptográfica.

Quer receber o Breakfast por e-mail? Registre-se gratuitamente no nosso site. E aqui você encontra as edições anteriores de nossa newsletter.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

Por hoje é só. Bom dia e obrigado por ler nossa newsletter!