Ásia sustenta ganhos após Powell, mas futuros de NY perdem força

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Bloomberg — Os mercados asiáticos de ações subiram nesta quinta, enquanto os títulos soberanos caíam, com os investidores ainda digerindo os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que apontavam para um aumento controlado dos juros, vigilância sobre a inflação e resiliência econômica.

As ações subiram na Austrália, Japão e Coreia do Sul. Os futuros dos EUA caíram depois que um amplo rali sustentou o S&P 500 (SPX) e o Nasdaq 100 (NDX), referência em tecnologia.

A demanda por investimentos defensivos desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia diminuiu. Os títulos da Austrália e da Nova Zelândia recuaram, enquanto os Treasuries mantiveram grande parte de suas fortes perdas de quarta-feira. Mas o rendimento de 10 anos dos EUA (GT10), em cerca de 1,85%, permanece abaixo dos níveis de 2% vistos antes da ação da Rússia. O dólar e o ouro também subiram.

Um índice de commodities atingiu outro recorde. As sanções impostas à Rússia fizeram com que os traders continuassem no segmento, alimentando temores de déficits em energia, grãos e metais. O petróleo subiu a US$ 111 o barril.

Powell disse apoiar um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros no final deste mês em depoimento aos legisladores. Ele também indicou que o banco central pode ter que tomar medidas mais duras se as pressões de preços não começarem a diminuir.

O presidente do Fed conseguiu “apaziguar os mercados de risco ao descartar uma alta de 50 pontos-base em março, ao mesmo tempo em que prometeu vigilância da inflação nas reuniões seguintes”, escreveram em nota os estrategistas do Citigroup Inc. (C) William O’Donnell e Edward Acton.

O Fed e outras autoridades monetárias importantes parecem empenhados em avançar com uma política mais rígida, mantendo um olho cauteloso na guerra Rússia-Ucrânia e suas possíveis implicações para o impulso econômico global. O Banco do Canadá iniciou na quarta-feira o que se espera ser uma série de aumentos nas taxas de juros.

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, pediu uma “rápida retirada da acomodação”, enquanto seu colega de Chicago, Charles Evans, disse que a política monetária está atualmente “com os pés errados” e precisa ser ajustada para cima em direção à neutralidade.

Volatilidade

“É realmente hora de os investidores estarem preparados para mais volatilidade, especialmente nos mercados de títulos”, já que o Fed ainda não começou com a redução do balanço, disse Nancy Davis, diretora de investimentos da Quadratic Capital Management LLC, à Bloomberg Television.

O ostracismo dos mercados da Rússia continua: a MSCI Inc. (MSCI) está eliminando as ações do país do índice de mercados emergentes e a Rússia será excluída de todos os índices de ações FTSE Russell.

A classificação de crédito da Rússia foi reduzida em seis níveis pela Fitch Ratings, que disse que a severidade das sanções internacionais poderia minar a capacidade e a disposição do país de pagar a dívida.

O que acompanhar esta semana:

Presidente do Fed, Jerome Powell, fala no Senado sobre política monetária, quinta-feira;
BCE publica a ata da sua reunião de fevereiro, quinta-feira;
EUA: Payroll, folhas de pagamento não agrícola, sexta-feira;

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

Os futuros de S&P 500 (ESH2) tinham baixa de 0,3% às 11h em Tóquio (23h em Brasília). Na quarta, o S&P 500 subiu 1,9%;
Os futuros do Nasdaq 100 (NQH2) recuavam 0,4%. O Nasdaq 100 subiu 1,7% na quarta;
O índice Topix, de Tóquio, tinha alta de 1,2%;
O S&P/ASX 200 da Austrália (AS51) subia 0,6%;
O índice Kospi (KOSPI), de Seul, caía 1,3%;
O índice Hang Seng (HSI), de Hong Kong, tinha alta de 0,3%

Moedas

O iene japonês (JPY) operava estável em 115,51 por dólar;
O yuan offshore (CNH) estava em 6,3216 por dólar;
O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) subia 0,1%;
O euro (EUR) era negociado a US$ 1,1104;

Renda fixa

O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caía três pontos base para 1,85%;
O rendimento de 10 anos da Austrália subia sete pontos base para 2,15%;