Crise na Ucrânia pode atrasar retirada de estímulo na UE, diz membro do BCE

A recente escalada do conflito na Ucrânia acrescenta um desafio adicional ao debate sobre a política monetária

Robert Holzmann, do BC da Áustria: Crise na Ucrânia pode adiar saída do estímulo
Por Carolynn Look e Alexander Weber
24 de Fevereiro, 2022 | 02:38 PM

Bloomberg — A invasão da Ucrânia pela Rússia pode atrasar, mas não impedir, a saída dos estímulos pelo Banco Central Europeu, de acordo com Robert Holzmann, membro do Conselho do BCE.

“Está claro que estamos caminhando para normalizar a política monetária”, disse ele à Bloomberg em entrevista. É possível, no entanto, que a velocidade agora seja um pouco desacelerada, segundo ele.

Os formuladores de políticas planejavam decidir em sua reunião de março se a perspectiva de inflação era forte o suficiente para garantir um fim das compras de ativos mais cedo do que o esperado. A recente escalada do conflito na Ucrânia acrescenta um desafio adicional ao debate.

Holzmann, considerado um dos membros mais hawkish do BCE, tem expressado frequentemente a preocupação de que o banco central europeu esteja correndo o risco de agir tarde demais para conter a inflação, que atingiu um recorde de 5,1% no mês passado. Ele disse em uma entrevista publicada na quarta-feira que o banco central deve decidir sobre um primeiro aumento neste verão europeu e elevar os juros novamente no final do ano.

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Após o ataque da Rússia à Ucrânia nesta quinta-feira, o presidente do banco central da Áustria adotou um tom mais cauteloso.

“A incerteza, sem dúvida, aumentou devido aos desenvolvimentos na Ucrânia”, disse Holzmann. “Vamos analisar cuidadosamente com que força a economia será afetada.”

É muito cedo para estimar o impacto econômico da crise, disse Gabriel Makhlouf, outro membro do Conselho do BCE, em uma entrevista separada. Embora ele espere que o BCE ainda decida sobre uma liquidação mais rápida das compras de ativos em sua próxima reunião de política monetária, seu colega grego Yannis Stournaras disse que a compra de títulos deverá prosseguir pelo menos até ao final do ano.

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