Breakfast

Os bancos mais lucrativos do Brasil

Também no Breakfast: Impasse geopolítico, vencimento de opções e bancos centrais estão no radar dos mercados; Lula critica lucro dos bancos e Brasileiros mudam hábitos por inflação

18 de Fevereiro, 2022 | 06:38 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

As instituições financeiras tiveram, em sua maioria, resultados em linha ou acima das expectativas do mercado, refletindo o movimento de retomada da atividade econômica, no ano passado, após o baque de 2020, primeiro ano da pandemia da covid.

Nesta temporada, o Itaú apresentou o maior lucro anual do setor (R$ 26 bilhões), seguido pelo Bradesco (R$ 22 bilhões), Banco do Brasil (R$ 21 bilhões) e Santander Brasil (R$ 16 bilhões) e BTG Pactual (R$ 6,5 bilhões).

No geral, o setor bancário viu, no quarto trimestre, uma piora de seus indicadores de inadimplência, mas ainda abaixo dos patamares do período pré-pandemia (2019), sem configurar uma onda de calotes à frente. Precavidos, os bancos se protegeram dos riscos, aumentando as provisões para devedores duvidosos.

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A safra de balanços de 2021 termina na próxima semana. Ainda faltam as demonstrações financeiras da Caixa Econômica Federal (dia 24, quinta-feira) e dos bancos Inter (21, segunda) e Modal (22, terça).

💰 E para os balanços referentes aos próximos períodos, se espera que o ritmo de crescimento dos lucros e receitas dos bancos prossiga.

Leia também: Lula diz que não pedirá voto ao mercado e critica lucro dos bancos

Itaú apresentou o maior lucro anual de 2021 entre os bancos privados e públicos nesta temporada

Na trilha dos Mercados

Depois da queda de ontem, o mercado de renda variável tenta se dirigir à senda positiva, apesar das incertezas que nublam o cenário no curto prazo. Tanto os futuros de índices nos Estados Unidos como as bolsas europeias exibem ligeiras altas. Lembrando que hoje vencem cerca de US$ 2,2 trilhões em opções, o que deve turbinar a volatilidade nos EUA.

🪖 No topo da lista

O imbróglio geopolítico continua ressoando com força. A mais recente notícia acena para a possibilidade de uma negociação. O Ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov concordou em se encontrar com o Secretário de Estado americano Antony Blinken na Europa na próxima semana, disse o Departamento de Estado.

A definição de um encontro alivia a escalada da tensão. Ontem, os EUA aumentaram os alertas de uma possível invasão russa à Ucrânia, com advertências do presidente Joe Biden de que a probabilidade de um ataque ainda é “muito alto”.

As autoridades russas negam. Dizem que nenhuma invasão da Ucrânia estaria planejada ou em andamento. Porém, em uma resposta oficial às garantias de segurança propostas pelo governo Biden, o Kremlin observou que as ofertas eram insatisfatórias e a Rússia poderia ter que recorrer a “medidas técnico-militares”.

📉 Queda na semana

Os atritos alimentaram um tom de risco nos mercados financeiros globais. As ações globais rumam para uma segunda semana de perdas, prejudicadas pelo impasse entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia, bem como a perspectiva de aperto na política monetária do Federal Reserve (Fed).

🏦 BCs dominam os eventos

Hoje termina o encontro, realizado online e presencialmente na Indonésia, dos presidentes dos bancos centrais e os ministros das Finanças do Grupo dos 20. As lideranças têm previsto divulgar um comunicado hoje sobre os temas discutidos na reunião. Nos EUA, um fórum de política monetária contará com a presença de vários membros do Fed. Do outro lado do Atlântico, falam membros do Banco Central Europeu (BCE).

Um panorama dos mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow (-1,78%), S&P 500 (-2,12%), Nasdaq (-2,88%), Stoxx 600 (-0,69%), Ibovespa (-1,43%)

A geopolítica continuou a preocupar os investidores. Enquanto os mercados de ações caíam, os operadores buscavam proteção em títulos do governo e outros ativos considerados defensivos. Quase 85% das ações de empresas do S&P 500 retrocederam na quinta-feira. Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos recuaram para abaixo de 2%, enquanto o ouro, o iene japonês e o franco suíço subiram.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Vendas de Casas Usadas (Jan), Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA (Jan)

Europa: Zona do Euro (Transações Correntes/Dez, Produção do Setor de Construção/Dez, Confiança do Consumidor/Fev); França (IPC/Jan, Taxa de Desemprego/4Tri21); Reino Unido (Vendas no Varejo/Jan)

Bancos centrais: Fórum de Política Monetária dos EUA, com palestrantes do Fed como Charles Evans, Christopher Waller e Lael Brainard; Termina a reunião do grupo de 20 ministros das finanças e governadores de bancos centrais; Pronunciamentos de Frank Elderson e Fabio Panetta, do BCE

Na América Latina: Brasil (não há eventos relevantes previstos); Colômbia (Pesquisa mensal de serviços de Bogotá/2021); México (Indicadores Trimestrais da Atividade Turística/3Tri21); Panamá (Entrada de Passageiros/2021); Chile (Índice de Custo do Transporte/Jan)

Destaques da Bloomberg Línea

Quando a receita do Blue Tree retornará aos níveis pré-pandemia?

EUA adicionam WeChat e AliExpress à lista de mercados de pirataria

Musk alega perseguição da SEC sobre ele e a Tesla

Desmatamento afeta preço da terra e torna agro do Brasil mais competitivo

Também é importante

Além de novos hábitos, 93% expressaram preocupação em pagar integralmente contas e empréstimos.

Quase 90% dos brasileiros mudaram hábitos pela inflação, diz estudo. O aumento da inflação e a crise decorrente da pandemia de coronavírus têm impactado as finanças dos brasileiros e levou muitos a mudarem seus hábitos de consumo nos últimos meses. É o que mostra a pesquisa “Consumer Pulse” realizada pela TransUnion, empresa global de informações e insights.

Novo presidente da Fiesp quer estar próximo de qualquer governo. O novo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Josué Gomes da Silva, não quer ser identificado com nenhum dos políticos em disputa nas eleições deste ano. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, Gomes disse a jornalistas querer estar próximo do governo independentemente de quem saia vencedor em outubro.

Hashdex lança ETF de finanças descentralizadas na B3. Começou a ser negociado nesta quinta-feira (17) na Bolsa brasileira B3 o novo fundo de índice (ETF) da Hashdex, o “DEFI11″, de finanças descentralizadas. Desenvolvido em parceria com a CF Benchmarks, provedor global de índices cripto, o DEFI11 busca replicar o índice “CF DeFi Modified Composite Index”.

Investidor global vê ganhos adicionais para o real e o peso chileno. As moedas latino-americanas estão se recuperando após um 2021 sombrio. Investidores estão aprendendo a conviver com o risco político e focando no aumento dos juros locais e dos preços de commodities. A expectativa é de valorização adicional para pelo menos duas dessas moedas — do Brasil e do Chile.

Opinião Bloomberg

Plataformas cripto prometem grandes retornos, e trazem grandes riscos

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, disse repetidamente que os mercados de criptomoedas são como o “Velho Oeste”: sem proteções suficientes para os investidores. Um grupo de trabalho presidencial alertou que algumas plataformas de criptomoedas permitiam que os investidores fizessem apostas arriscadas de alta alavancagem. E o Departamento do Tesouro pediu uma legislação que exigisse que alguns emissores de criptomoedas sejam segurados, assim como os bancos.

Pra não ficar de fora

Braço de banco corporativo e de investimento tem hoje aproximadamente 3.800 funcionários espalhados por escritórios em diversas localizações (Foto: Alejandro Cegarra/Bloomberg)

A única mulher a comandar um banco de investimento na Europa está oferecendo oportunidades e ao mesmo tempo impulsionando o crescimento do segundo maior credor da Espanha.

👩‍💻 Luisa Gómez Bravo, que trabalha há 24 anos no Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), está lançando um dos programas de recrutamento mais ambiciosos do setor e ampliando a parcela de mulheres entre as novas contratações.

A instituição, sediada em Bilbao, quer ter 400 profissionais a mais na divisão este ano, representando uma expansão de 10% no quadro, em um momento em que os bancos disputam talentos ao redor do mundo.

Em 1993, quando Gómez estreou na área de banco de investimento, no Salomon Brothers, a cara do setor era diferente. A bravata do “macho alfa” predominante na época já é bem menos visível nos pregões e os bancos estão trabalhando para que que mais mulheres entrem e permaneçam no setor, disse ela em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo.

🟣 “Não se trata de favorecer as mulheres em detrimento dos homens, se trata de deixar o talento feminino florescer e depois escolher os melhores”, afirmou ela. “E precisamos incentivar esse talento feminino e ajudá-las a aprimorar suas habilidades”.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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