Mãe de quatro filhos acelera contratações de mulheres no espanhol BBVA

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Bloomberg — A única mulher a comandar um banco de investimento na Europa está oferecendo oportunidades e ao mesmo tempo reestruturando seu negócio e impulsionando o crescimento do segundo maior credor da Espanha.

Luisa Gómez Bravo, que trabalha há 24 anos no Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), está lançando um dos programas de recrutamento mais ambiciosos do setor e ampliando a parcela de mulheres entre as novas contratações. A instituição, sediada em Bilbao, quer ter 400 profissionais a mais na divisão este ano, representando uma expansão de 10% no quadro, em um momento em que os bancos disputam talentos ao redor do mundo.

Em 1993, quando Gómez estreou na área de banco de investimento, no Salomon Brothers, a cara do setor era diferente. A bravata do “macho alfa” predominante na época já é bem menos visível nos pregões e os bancos estão trabalhando para que que mais mulheres entrem e permaneçam no setor, disse ela em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo.

“Não se trata de favorecer as mulheres em detrimento dos homens, se trata de deixar o talento feminino florescer e depois escolher os melhores”, afirmou ela. “E precisamos incentivar esse talento feminino e ajudá-las a aprimorar suas habilidades”.

Gómez é a única mulher dirigente de uma operação de banco corporativo e de investimento na Europa, porém a divisão equivalente do francês Natixis é administrada em conjunto por uma mulher, Anne Christine Champion, e um homem, Mohamed Kallala.

O braço de banco corporativo e de investimento do BBVA tem hoje aproximadamente 3.800 funcionários espalhados por escritórios em diversas localizações, incluindo México, Hong Kong, Nova York e Turquia. A parcela de funcionárias no quadro total de colaboradores se ampliou de 37% em 2019 para 39,5% no final de 2021. Entre as novas contratações, 46,4% atualmente são do sexo feminino, bem acima dos 35% observados em 2019. Gómez também introduziu um programa de pós-graduação exclusivo para mulheres, que no momento está na fase de processo seletivo.

Embora o banco tenha implementado medidas para apoiar suas colaboradoras, Gómez ainda enxerga um problema de percepção sobre o setor.

“Muitas vezes noto que, ao longo das carreiras das mulheres, elas mesmas não se candidatam a vagas, há muitos preconceitos”, disse ela. “As mulheres também precisam fazer a diligência e entender que as coisas não são mais como no filme Wall Street, o ambiente mudou”.

Focado no varejo, o BBVA chamou atenção nos últimos meses ao anunciar um ambicioso programa de remuneração de acionistas e a ampliação da presença na Turquia enquanto o país enfrenta turbulência econômica.

Gómez, de 51 anos, já ocupou diversos cargos no BBVA — de responsável pela gestão de ativos à diretoria de relações com investidores. Em dezembro de 2018, quando foi indicada ao cargo maior na divisão de banco de investimento, o mandato dado a essa mãe de quatro filhos foi de expandir o negócio.

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