Louis Dreyfus anuncia compromisso para eliminar desmatamento

Empresa pretende avaliar os riscos existentes ao longo de duas cadeias de fornecimento para determinar as ações que serão prioridade

LDC assume compromisso para eliminar o desmatamento de sua cadeia de fornecedores até 2025
09 de Fevereiro, 2022 | 06:51 PM

Bloomberg Línea — Agora o time está completo. A LDC (Louis Dreyfus Company), uma das gigantes globais das commodities agrícolas, anunciou hoje seu compromisso para eliminar o desmatamento de sua cadeia de fornecedores. O prazo estabelecido pela empresa é 2025, o mesmo limite anunciado Bunge (BG) e Amaggi e cinco anos antes dos prazos de Cargill e ADM (ADM) que haviam estabelecido 2030 com limite para por fim ao desmatamento.

Em um comunicado, o CEO da LDC, Michael Gelchie, disse que “garantir a produção de alimentos e a agricultura sustentáveis está entre os mais urgentes desafios globais, e nosso compromisso com a eliminação do desmatamento e da conversão de vegetação nativa é essencial para lidar com esses desafios”. O executivo lembrou que para atingir sua meta espera contar com a colaboração dos produtores, a quem ele disse depender muitos participantes da cadeia de produção, inclusive a própria LDC.

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Com a meta determinada, a LDC pretende agora avaliar os riscos existentes ao longo de duas cadeias de fornecimento para determinar as ações que serão prioridade. O foco será nas regiões com maiores risco de desmatamento e conversão de florestas em terras agrícolas. “Este compromisso está alinhado com o histórico de transparência e relatórios públicos da LDC sobre os riscos nas cadeias de fornecimento e com os esforços para mitigá-los, que acreditamos que serão complementados por um compromisso de evitar totalmente o desmatamento e a conversão de vegetação nativa com prazos claros”, diz Guy Hogge, Head Global de Sustentabilidade da LDC.

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O anúncio da LDC surge três semanas depois de a gestora de investimentos norueguesa Storebrand (STB) ter comunicado que Bunge e ADM entraram para a lista de observação da asset. Na prática, caso as tradings não apresentem melhorias em um prazo estabelecido pela gestora, a Storebrand pode deixar de investir nas duas companhias.

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À época, a gestora disse que as compras de soja que Bunge e ADM fazem no Brasil estão associadas a um alto risco de estarem contribuindo para o desmatamento. Por já terem assumido anteriormente compromissos para eliminar o desmatamento de suas cadeias de fornecimento, Bunge e ADM ganharam uma “segunda chance” e entraram para a lista de observação.

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.