Bom dia! Hoje é 3 de fevereiro e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia
As ações da Meta, controladora do Facebook, e do Spotify despencaram mais de 20% cada uma no pós-mercado de Nova York após as empresas divulgarem balanços que frustraram as expectativas do mercado.
A chegada de novos usuários à rede social estagnou no quarto trimestre e a Meta deu uma previsão decepcionante para o período atual, levantando preocupações sobre o seu desempenho futuro. As ações caíram até 24% nas negociações do pós-mercado nos EUA.
O Facebook registrou 2,91 bilhões de usuários mensais no quarto trimestre, estável frente ao período anterior. A empresa está sentindo o impacto do aumento da disputa pelo tempo dos usuários.
💸 Fora dos “10 mais”?
Mark Zuckerberg pode ver US$ 24 bilhões desaparecerem de sua fortuna pessoal, numa das maiores perdas patrimoniais já vistas em um único dia, depois que os ganhos do quarto trimestre da Meta ficaram abaixo das estimativas.
Se esse movimento se mantiver, pode deixar Zuckerberg, CEO da Meta, com um patrimônio líquido de cerca de US$ 97 bilhões, abaixo dos US$ 120,6 bilhões do fechamento do mercado ontem, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Isso o levaria para fora da lista das 10 pessoas mais ricas do mundo pela primeira vez desde julho de 2015.
🔇 Boicotes e incertezas
Já o Spotify informou que terminará o primeiro trimestre com 418 milhões de usuários totais e 183 milhões de assinaturas pagas, abaixo das previsões de Wall Street em ambas as leituras. A empresa não forneceu uma razão para o déficit, embora tenha dito que o ambiente incerto do covid-19 tornou mais difícil a previsão. As ações do Spotify caíram até 23% nas negociações do aftermarket, apagando grande parte dos ganhos obtidos nos últimos dois anos.
A empresa de streaming não comentou se um recente boicote de artistas à plataforma estaria afetando os seus negócios. Os músicos Neil Young, Joni Mitchell e outros retiraram suas músicas do Spotify para protestar contra a disseminação, por alguns podcasts, de informações enganosas sobre a pandemia e as vacinas contra a covid-19. Em resposta, o Spotify anunciou medidas para evitar fake news.

Na trilha dos Mercados
Quatro sessões consecutivas no azul dão a deixa para os investidores embolsarem ganhos. Além disso, o derretimento de ações como as da Meta e do Spotify, cujos balanços e projeções decepcionaram os analistas, também conduzem os negócios de renda variável à senda negativa. Nos primeiros negócios do dia, predomina a queda entre os futuros de índices dos Estados Unidos e as bolsas europeias.🧐 O destaque do dia vem da Europa com as decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra. Depois do anúncio de ontem de uma inflação recorde na zona do euro, contrariando todas as expectativas do mercado, que esperava um ligeiro retrocesso nos preços, como reagirá o BCE? Mudará o discurso de que o repique inflacionário é transitório? Ou se renderá ao giro de posicionamento que deu o Federal Reserve? Já veremos.
Outros elementos que estão norteando o mercado:
📉 O emprego nas empresas norte-americanas teve a maior queda em janeiro desde os primeiros dias da pandemia, já que a variante ômicron do coronavírus desferiu um golpe rápido. O lado positivo é que provavelmente esta reação seja temporária e talvez leve o Fed, momentaneamente, a não usar toda as suas cartas contra a inflação.
📊 A temporada de balanços segue indicando o rumo. A maioria dos informes tem sido positivas, mas quando um peso-pesado mostra números decepcionantes, a sangria pode ser intensa.
🪖 A tensão geopolítica Rússia x Ucrânia segue no ar. Não há indicação de progressos nas negociações com Estados Unidos e Europa – de fato, a Rússia disse que foi destrutivo para o presidente Joe Biden deslocar mais tropas para a Europa (o Pentágono disse que cerca de 2.000 soldados viajarão dos EUA para o continente. E outros 1.000 soldados baseados na Alemanha serão destacados para a Romênia).
• O impasse está pressionando os preços do gás na Europa, o que fatalmente respingará sobre a inflação ao consumidor, que já está em patamares recordes.

🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,63%), S&P 500 (+0,94%), Nasdaq (+0,50%), Stoxx 600(+0,45%), Ibovespa (-1,18%)
Os mercados de as ações dos EUA consolidaram o movimento de alta ontem e tiveram o maior rali de quatro dias desde novembro de 2020, com a volta dos investidores em busca de oportunidades no setor de tecnologia. Destaque para os papéis da Alphabet Inc. (mais de 7% de valorização) e da Advanced Micro Devices Inc. (AMD, alta superior a 5%), que divulgaram fortes resultados.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Bolsas fechadas na China e em Hong Kong pelas festividades do Ano Novo Lunar.
• 📌Bancos centrais: Decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE)
• Ao redor do globo: Indicadores de Serviços e PMIs compostos
• EUA: Pedidos iniciais de seguro-desemprego; Índice de serviços ISM (Dez); Pedidos das fábricas (Dez); Comitê Bancário do Senado dos EUA realiza audiências de confirmação para os candidatos a governador do Fed
• Europa: Zona do euro (PPI/Dez), Reino Unido (Relatório de inflação do BoE)
Balanços do dia:
• Amazon, Roche, Eli Lilly, Merck & Co., Shell, Honeywell, Ford
• América Latina: México (Confiança do Consumidor), Brasil (PMI Composto/Serviços)
Destaques da Bloomberg Línea
• BC leva Selic ao maior nível em cinco anos e sinaliza redução no aperto
• Europa se dá conta de que gás da Rússia é insubstituível
• Bolsonaro usa mensagem ao Congresso para se contrapor a Lula
• Bridgewater vê commodities como hedge subutilizado para inflação
• Ômicron: subvariante mais transmissível pode causar nova onda na África
Também é importante

• Além da cratera do metrô, Doria enfrenta ofensiva de Bolsonaro em SP. A pré-campanha do governador João Doria à Presidência da República enfrenta simultaneamente outros dois teses de estresse nesta semana: 1) a cratera da obra do metrô na Marginal Tietê, uma das principais vias da capital paulista e; 2) a investida do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) junto a prefeitos de municípios atingidos pelas chuvas no Estado.
• Por que o lucro do Santander Brasil em 2022 depende dos cartões Amex? Não é só a cor vermelha de sua identidade visual que o Santander tem em comum com o Bradesco. No Brasil, os dois bancos agora são emissores do cartão verde da American Express, um clássico do crédito mundial. O Bradesco foi o primeiro. O banco espanhol aposta nesse produto para fisgar o cliente de alta renda e impulsionar seu lucro em 2022, driblando o pessimismo com a economia brasileira em ano de disputa presidencial e de juros básicos de dois dígitos.
• BRF levanta R$ 5,4 bilhões em oferta de ações, dizem fontes. A BRF levantou R$ 5,4 bilhões em sua oferta subsequente de ações, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, uma transação que deve ser uma das maiores do ano no Brasil. A maior exportadora mundial de frango vendeu 270 milhões de novas ações a R$ 20 cada, informou a empresa em um comunicado ao mercado, confirmando uma reportagem anterior da Bloomberg News.
• BlackRock, T. Rowe e Dynamo buscam pechinchas na bolsa brasileira. A BlackRock e a T. Rowe Price estão entre as gestoras de ativos globais que aumentaram sua exposição a ações brasileiras após um ano sombrio para o mercado local, com uma queda que levou os múltiplos do Brasil ao menor patamar em mais de uma década.
Opinião Bloomberg
Censura não é a melhor forma de reprimir o charlatanismo na ciência
Desinformação é como pornografia - as pessoas pensam que a reconhecem ao olhar para ela. Mas passei mais de um ano estudando desinformação médica como parte de um programa de fellowship da Pulliam, e descobri que o termo não é particularmente esclarecedor. O dicionário chama isso de “informação falsa, especialmente aquela que é deliberadamente destinada a enganar”. Muito do que é popularmente rotulado de desinformação médica é, na verdade, opinião minoritária – e isso pode ser apresentado de forma responsável ou enganosa.
Pra não ficar de fora

Autoridades do Catar estão avaliando se devem relaxar a proibição da venda de álcool em eventos esportivos em meio à pressão da FIFA e da Anheuser-Busch InBev para permitir que os torcedores bebam cerveja nos estádios da Copa do Mundo de 2022, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
🍺 As deliberações até agora têm como foco o oferecimento da Bud Light ou de outro produto Budweiser com baixo teor alcoólico dentro dos locais, disseram as fontes, que não quiseram ser identificadas porque o assunto é confidencial.
⚽ Embora as autoridades do Catar ainda não tenham anunciado uma decisão final, os organizadores sinalizaram uma crescente disposição em atender às demandas dos torcedores à medida que o torneio se aproxima.