Bloomberg — Uma subvariante da cepa ômicron do coronavírus, conhecida como BA.2, está se espalhando rapidamente na África do Sul e pode causar uma nova onda de infecções, disse um dos principais cientistas do país.
A BA.2 está causando preocupação, pois estudos comprovam que parece ser mais transmissível do que a cepa original, cuja descoberta foi anunciada pela África do Sul e por Botsuana em novembro.
A pesquisa também mostra que adquirir uma infecção leve com qualquer uma das duas cepas pode não oferecer uma resposta imunológica robusta o suficiente para proteger contra outra infecção pela variante ômicron. Não há indicação de que a subvariante cause doenças mais graves de acordo com os surtos de infecção observados na Dinamarca e no Reino Unido.
A onda de infecções pela variante ômicron “pode acabar sendo como um camelo”, disse Tulio de Oliveira, professor de bioinformática que administra instituições de sequenciamento de genes e aconselha o governo sobre a pandemia, em apresentação na Universidade Stellenbosch na quarta-feira (2). “Uma onda com outro pico”.
Até agora a cepa infectou um número significativo de pessoas em sete das nove províncias da África do Sul, é dominante na região do Limpopo e está prestes a se tornar em Gauteng, a província mais populosa, segundo a apresentação de Oliveira.
Ainda assim, embora a África do Sul tenha sido o primeiro país a passar por uma grande onda de infecções pela ômicron, o número de infecções diminuiu. Na terça-feira (1), o país registrou 3.085 novos casos, número abaixo de um recorde de quase 27 mil em 15 de dezembro. A cepa ômicron original é significativamente mais transmissível do que variantes anteriores, como a delta, mas parece causar doenças mais leves.
Oliveira esteve envolvido na descoberta da variante beta na África do Sul no fim de 2020.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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