SPAC da América Latina LatAmGrowth precifica IPO em US$ 130 milhões

Companhia entra na corrida para encontrar empresa de tecnologia na AL para abrir capital na Nasdaq sem passar por IPO

SPACs costumam se fundir com empresas que desejam abrir capital sem ter de enfrentar a burocracia do processo
25 de Janeiro, 2022 | 04:38 PM
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Bloomberg Línea — A América Latina tem uma nova SPAC pronta para encontrar e fundir-se com uma empresa para levá-la ao mercado de ações. Chamada LatAmGrowth, a empresa de aquisição de propósito específico anunciou nesta terça-feira (25) que precificou seu IPO de 13 milhões de unidades por US$ 10 cada. Cada unidade consiste em uma ação ordinária e metade de um bônus de subscrição exercível por US$ 11,50.

A SPAC LatAmGrowth chegou bem na hora em que as ações estão despencando enquanto investidores temem que o Federal Reserve aumente as taxas de juros nos Estados Unidos. Embora os investidores temam um mercado em baixa, como uma SPAC, a LatAmGrowth pretende apenas se fundir com outra empresa para levá-la ao mercado de ações. Para isso, o primeiro passo é o IPO.

Essa empresa, que não possui operações, começou a ser negociada na Nasdaq sob o código LATGU (LATGU). Quando ela encontrar uma outra para a fusão, a empresa-alvo se torna uma companhia de capital aberto, e o código LATGU se tornará o nome da nova empresa.

Assim, uma empresa que deseja entrar no mercado de capitais, mas não quer passar pelo escrutínio de um IPO tradicional – seja pelo preço ou pelo tempo necessário para fazer um IPO – pode optar por se fundir com uma SPAC. Com isso, as empresas trocam a arbitragem do IPO por uma de M&A.

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O foco da LatAmGrowth é fundir-se com uma empresa de “alto crescimento” na América Latina e negócios nos Estados Unidos que atendam à comunidade hispânica. A nova SPAC busca startups com vantagens tecnológicas significativas e/ou bem posicionadas para se beneficiar das tendências estruturais e seculares favoráveis da classe média emergente.

A LatAmGrowth agora se junta à MEKA (SPAC da Kaszek e do Mercado Livre), que levantou US$ 287 milhões na Nasdaq, a XPAC (SPAC da corretora XP (XP), que arrecadou US$ 200 milhões na Nasdaq), e às SPACs Valor Latitude (também teve IPO de US$ 200 milhões na Nasdaq), DILA Capital (US$ 50 milhões na Nasdaq) e SoftBank LDH Growth I (US$ 200 milhões na Nasdaq), na busca por uma empresa na região para uma fusão.

A Alpha Capital Acquisition anunciou no final do ano passado que se fundiria com a brasileira Semantix. Antes disso, a SPAC Andina Acquisition Corp I, que arrecadou US$ 42 milhões na Nasdaq, se fundiu com a Tecnoglass em 2013.

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Como a SPAC não tem operações, ela geralmente é fundada por um investidor já renomado que os investidores da SPAC apostam que tomará a decisão certa e encontrará a melhor empresa para a fusão. A LatAmGrowth é liderada por Eduardo Cortina, presidente da LatAmGrowth e sócio-gerente conjunto da Colony LatAm Partners, que será renomeada para SouthLight Capital. O CEO da SPAC é Gerard Cremoux, ex-chefe de Investment Banking para a América Latina do UBS Investment Bank.

O BofA Securities e o BTG Pactual atuaram como joint bookrunners no IPO.

Alterado para acrescentar a informação do SPAC da Kaszek e Mercado Livre

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups