Ibovespa contraria exterior e cai com cautela por emergentes

Investidores calibram apostas em ativos considerados de maior risco, com receio de que variante ômicron aumente as pressões inflacionárias

Investidores refletem a ideia de que a propagação da variante ômicron pode intensificar as pressões inflacionárias no mundo
04 de Janeiro, 2022 | 11:29 AM

Bloomberg Línea — Na contramão do exterior, a bolsa brasileira iniciava esta terça (4) em queda, com investidores calibrando as apostas para o ano, de olho no impacto da variante ômicron nos mercados e as consequências da retirada dos estímulos monetários da pandemia para ativos como os de emergentes.

Enquanto isso, lá fora, os mercados encadeiam altas tanto nas bolsas europeias quanto nos futuros dos Estados Unidos, fortalecidos pela aposta de que os dados da indústria e das vagas de emprego nos EUA mostrarão que a maior economia do mundo é resiliente contra a veloz propagação do ômicron.

  • Os contratos atrelados ao S&P 500 sinalizavam que o índice pode voltar a bater o recorde do fechamento de ontem.
  • Os rendimentos do Tesouro mostravam estabilidade e o dólar se apreciava ligeiramente. Já o europeu Stoxx 600 da Europa recuperava seu nível recorde.

No cenário doméstico, os investidores refletem a ideia de que a propagação da variante ômicron pode intensificar as pressões inflacionárias no mundo, dando mais margem para a rápida elevação de juros nas principais economias.

Com isso, o dinheiro disponível para ativos considerados de risco pode ser retirado mais rapidamente do que o inicialmente previsto.

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  • Ações ligadas ao consumo, como as de shoppings JHSF (JHSF3) e Iguatemi (IGTI3) lideravam as quedas na B3, enquanto Suzano (SUZB3) e CSN Mineração (CMIN3) avançavam
  • O dólar subia 0,44%, em dia de alta global da divisa americana, para R$ 5,7076, perto das 11h20
  • Nos EUA, os futuros do Dow Jones subiam 0,47%, enquanto os do S&P 500 e do Nasdaq 100 avançavam 0,37% e 0,2%, respectivamente
  • O Bitcoin operava próximo à estabilidade, a US$ 46.847

Bolsonaro no hospital

O cirurgião que trata do presidente Jair Bolsonaro, Antonio Macedo, descartou por enquanto uma cirurgia, noticiou o jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (4).

Macedo, que chegou ao hospital de uma viagem internacional na madrugada desta terça, disse à sua equipe que continuará com o tratamento clínico porque a obstrução intestinal desapareceu, informou o jornal.

O presidente de 66 anos, que estava em férias numa praia no sul do país, tuitou na segunda-feira que começou a se sentir mal depois do almoço de domingo. O presidente viajou para São Paulo durante a noite com “desconforto abdominal”, disse sua assessoria de imprensa em nota.

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Alta do petróleo

Enquanto isso, os preços do petróleo subiam antes de uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em que devem concordar com outro aumento de produção no próximo mês.

Os futuros em Nova York subiam para perto de US$ 76 o barril. A Opep+ deve ratificar um aumento de 400 mil barris por dia para fevereiro na reunião desta terça-feira (5), disseram os delegados. Isso apesar das preocupações de que a demanda possa ser enfraquecida por surtos de vírus, incluindo na China, o maior importador da commodity.

--Com informações da Bloomberg News

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.