Controladora do Mercado Bitcoin inicia operação de custodiante digital

Infraestrutura terá procedimentos de segurança e privacidade de dados auditados e de padrão internacional

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04 de Janeiro, 2022 | 11:07 AM

Bloomberg Línea — A 2TM, controladora do Mercado Bitcoin, iniciou a operação de sua custodiante digital para negociações com Bitcoins, informou a empresa. Chamada Bitrust, a custodiante oferecerá infraestrutura de armazenamento e acesso a dados em ambiente de blockchain, com procedimentos de segurança auditados e de padrão internacional.

Segundo Paloma Sevilha, head de desenvolvimento de negócios da Bitrust, a atividade de custódia qualificada para criptomoedas é fundamental para garantir a segurança da operação, com informações como titularidade, existência do ativo, lastro e segregação de outras aplicações do usuário. “Apesar de ser já consolidada em mercados mais desenvolvidos, no Brasil, quem acaba atendendo essa demanda ainda são as exchanges, que não foram criadas apenas com esse objetivo”, disse ela.

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Além de Bitcoin, a Bitrust deverá custodiar outras criptomoedas nos próximos meses.

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A custodiante da 2TM terá padrão internacional de segurança da informação e privacidade de dados. A infraestrutura está em processo de certificação SOC (System and Organization Controls) por uma big four, que será responsável por atestar os controles de segurança de dados.

A Bitrust tem inclusive ferramentas para rastrear atividades com risco potencial, identificar transações consideradas fora do normal, além de detectar carteiras que estejam sob eventuais sanções ou restrições.

Para iniciar as operações, a custodiante buscou parceiros com conhecimento do mercado para dar suporte ao dia a dia do negócio. É o caso da Kryptus, uma empresa brasileira de tecnologia de cibersegurança e criptografia, que assumiu o papel de garantir a segurança e a transparência da Bitrust.

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“Nosso cliente tem que se sentir seguro na hora da custódia. Por isso, estamos investindo para mitigar todos os riscos, inclusive de acesso feito por hackers, engenharia social ou uma operação ligada à lavagem de dinheiro”, disse a executiva, em nota.

Na Bitrust, os criptoativos ficam guardados em equipamentos chamados HSM, instalados em data centers no mínimo nível tier 3, com acesso controlado por biometria e monitoramento ininterrupto. As operações envolvem diversas camadas de proteção, como duplo fator de autenticação para se logar no portal e a aprovação de todas as requisições de retirada por pelo menos dois usuários, disse a empresa.

De acordo com a 2TM, nenhuma das chaves privadas que dão acesso aos criptoativos ficará armazenada em cloud, uma vez que toda a infraestrutura que envolve o gerenciamento de chaves é “on premise” - o servidor é instalado em estrutura contratada pela própria empresa -, com ambientes de produção e de contingência idênticos e funcionais e com dispersão geográfica. “Isso assegura que os criptoativos sejam guardados de modo completamente offline e protegido de hackers”, afirmou, em nota.

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Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.