Kamala Harris discute questões estratégicas com CEOs de tecnologia e Wall Street

Conversas da vice-presidente com os líderes se tornaram cruciais à medida que busca definir seu papel na Casa Branca

Como procuradora-geral da Califórnia, Kamala Harris ganhou reputação de fazer parcerias frequentes com empresas de tecnologia
Por Justin Sink
29 de Dezembro, 2021 | 04:11 PM

Bloomberg — A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, tem recorrido cada vez mais a executivos de Wall Street e do Vale do Silício como consultores informais e aliados para a implementação de políticas diante da ampla e, às vezes, difícil agenda do governo americano.

O presidente da Microsoft, Brad Smith, o CEO da Cisco Systems, Chuck Robbins, e a diretora-presidente do Citigroup, Jane Fraser, estão entre os líderes com quem Harris conversou por telefone, videoconferências e em reuniões de estratégia.

As discussões com um grupo de líderes corporativos abriram caminho para o que Harris chama de um de seus maiores triunfos no primeiro ano: US$ 1,2 bilhão em compromissos de empresas para ajudar a enfrentar o aumento da migração com origem na América Central. As conversas com executivos de Wall Street também resultaram em um esforço bem-sucedido para fazer com que os bancos distribuíssem mais fundos pandêmicos para pequenas empresas e companhias controladas por representantes de minorias.

E executivos dizem que a vice-presidente continua a envolvê-los em outros desafios, como a nova onda de coronavírus, problemas da cadeia de suprimentos e escassez de semicondutores.

PUBLICIDADE

As conversas de Harris com os líderes se tornaram cruciais à medida que busca definir seu papel na Casa Branca e desviar a atenção da cobertura da mídia que destaca gafes, declarações falsas e descontentamento entre sua equipe.

O mundo corporativo oferece uma fonte familiar de ajuda. Como procuradora-geral da Califórnia, Harris ganhou reputação de fazer parcerias frequentes com empresas de tecnologia - em vez de processá-las - ao tentar resolver questões políticas espinhosas.

Executivos que trabalharam com Harris - juntamente com vários assessores da Casa Branca que pediram anonimato para discutir operações internas do gabinete da vice-presidente - dizem que o compromisso ofereceu oportunidades para Harris causar impacto nas questões que lhe interessam.

PUBLICIDADE

Impacto político

É uma estratégia que traz alguns riscos.

Laços estreitos com líderes das maiores corporações do país podem desagradar eleitores do Partido Democrata, já insatisfeitos com sua carreira como promotora antes de ser eleita para o Senado em 2016. E executivos usaram as conversas para pressionar Harris com suas prioridades, fazendo lobby contra mudanças no código tributário ou em defesa de legislação que poderia beneficiar empresas. Isso pode ser problemático se a vice-presidente mais uma vez buscar a indicação de seu partido para presidente.

“A vice-presidente trabalhou em estreita colaboração com líderes empresariais em uma série de questões e, ao longo de sua carreira, tem visto a comunidade empresarial como um parceiro importante quando se trata de fazer as coisas, com velocidade e impacto em mente”, disse Mike Pyle, assessor econômico de Harris, em comunicado.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também: