Índia: Boom de energia renovável deve impulsionar mercado spot

A tendência é de demanda cada vez menor por contratos tradicionais de longo prazo em favor de energias renováveis mais baratas

Boom de energia renovável deve impulsionar mercado spot
Por Rajesh Kumar Singh
27 de Dezembro, 2021 | 02:17 PM

Bloomberg — A maior oferta de energia renovável na Índia deve dar impulso às negociações no mercado à vista, de acordo com a maior bolsa de eletricidade do país.

A tendência é de demanda cada vez menor por contratos tradicionais de longo prazo em favor de energias renováveis mais baratas, disse Rohit Bajaj, chefe de desenvolvimento de negócios da Indian Energy Exchange. Mais de 25% da eletricidade do país poderia ser comprada por meio de transações à vista dentro de alguns anos, quatro vezes mais do que o nível atual.

  Geração de energia na Índiadfd

O carvão domina a geração de energia na Índia, mas a matriz começa a mudar: energias renováveis responderam por mais de 80% da nova capacidade no ano passado, de acordo com a BloombergNEF. Com a geração mais variável de energia eólica e solar, a negociação de curto prazo ganhará importância, oferecendo a compradores a flexibilidade de optar por fontes mais eficientes e acesso à energia limpa a estados com menos capacidade de energia renovável.

“As concessionárias estão percebendo o valor da flexibilidade e da descoberta de preços competitivos nas bolsas”, disse Bajaj por telefone. O investimento nacional em cabos de energia significa que “não há mais restrições na transmissão, então, por que buscar contratos de longo prazo?”

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Quase 90% da eletricidade da Índia é comercializada por meio de contratos bilaterais que normalmente são executados por mais de duas décadas entre produtores e concessionárias provinciais. Esses contratos, conhecidos como “take-or-pay”, podem ser onerosos para varejistas de energia quando a eletricidade renovável mais barata está disponível.

A participação da energia em contratos de longo prazo deve cair para entre 50% e 60% até meados da década, segundo a Comissão Central de Regulamentação do Setor Elétrico do país.

Com a redução da quantidade de energia sob contratos de longo prazo, produtores e compradores podem contornar as concessionárias, que às vezes são vulneráveis a medidas de governos provinciais que reduzem sua capacidade de pagar geradoras, o que torna o abastecimento a consumidores menos confiável.

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