Merkel diz que onda de Covid é a ‘pior’ enfrentada pela Alemanha

A chanceler alemã alertou que em breve os hospitais estarão sobrecarregados, a menos que a quarta onda de coronavírus seja freada, conforme fonte

Merkel, que deve deixar o cargo no mês que vem após 16 anos no poder, tem feito apelos cada vez mais frequentes para que a Alemanha intensifique o combate contra o coronavírus
Por Arne Delfs e Naomi Kresge
22 de Novembro, 2021 | 10:35 AM

Bloomberg — A chanceler Angela Merkel disse que o recente aumento de casos de Covid-19 é o pior enfrentado pela Alemanha até o momento e pediu medidas mais rigorosas para ajudar a controlar a propagação.

Merkel disse a autoridades da União Democrata-Cristã nesta segunda-feira (22) que a situação é “muito dramática” e alertou que em breve os hospitais estarão sobrecarregados, a menos que a quarta onda de coronavírus seja freada, de acordo com uma pessoa a par dos comentários.

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Ela disse que muitos cidadãos parecem não entender a gravidade da situação e, que embora mais pessoas devam ser vacinadas, apenas isso não seria o suficiente. Merkel pediu aos 16 estados da Alemanha, que em sua maioria definem as próprias políticas contra a pandemia, que endureçam as medidas esta semana.

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Merkel, que deve deixar o cargo no mês que vem após 16 anos no poder, tem feito apelos cada vez mais frequentes para que a Alemanha intensifique o combate contra o coronavírus. Os casos de Covid têm aumentado em ritmo recorde e, no estado da Saxônia, no leste do país, a taxa de incidência de sete dias por 100.000 pessoas aumentou para quase 1.000.

Médias de casos e mortes de 7 dias a cada 100 mil habitantes na Alemanhadfd

O ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse hoje (22) que pessoas não vacinadas contra a Covid-19 quase certamente contrairão o vírus nos próximos meses e que algumas delas morrerão. Spahn afirmou na semana passada que não poderia descartar outro lockdown total.

Até o final do inverno no hemisfério norte, “quase todos na Alemanha provavelmente estarão vacinados, recuperados (de Covid) ou mortos”, disse Spahn em entrevista coletiva em Berlim. Ele reconheceu que alguns podem achar a declaração cínica.

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“A imunidade será alcançada”, disse Spahn. “A questão é se será por vacinação ou infecção, e recomendamos com empatia o caminho por meio da vacinação.”

A Alemanha prepara uma campanha de doses de reforço contra a Covid para tentar controlar a quarta onda, que já levou a medidas mais rigorosas em focos de transmissão do coronavírus.

Muitos dos famosos mercados de Natal ao ar livre do país foram cancelados pelo segundo ano consecutivo, e não vacinados enfrentam possíveis toques de recolher.

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A situação nos hospitais está cada vez mais crítica, e clínicas se preparam para transferir pessoas com casos graves de Covid para outras instalações, disse a associação alemã de terapia intensiva DIVI na segunda-feira.

Autoridades esperam embarques de 6 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech no início desta semana na Alemanha, disse Spahn. Ainda assim, apenas as doses de reforço não serão suficientes para controlar as infecções nas próximas duas semanas e será preciso reduzir os contatos, acrescentou.

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